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VÍDEO – Conheça streamer de Joinville que aos 11 anos acumula milhares de visualizações

Lucas alcançou o maior nível do jogo Valorant em outubro de 2022

Os jogos online, em especial os com multijogadores e gratuitos, ganharam força entre as crianças, jovens e adultos do Brasil durante a pandemia de Covid-19. Esse é o caso do joinvilense Lucas Sabino, de 11 anos, que encontrou nos jogos online, em especial no jogo eletrônico Valorant, uma forma de se divertir.

Conhecido como Sabininhu nas redes sociais, o streamer já alcançou milhares de seguidores após alcançar o maior nível do jogo em outubro de 2022. Na Twitch, uma plataforma específica para transmissões ao vivo, chamadas de lives, Lucas já alcançou 100 mil visualizações. O conteúdo foi perdido após o joinvilense ser banido duas vezes por não ter a idade mínima de 13 anos para produzir conteúdo.

Sabininhu em seu setup. | Crédito: Arquivo Pessoal

No último mês, Márcio, pai de Sabininhu, com o auxílio do empresário JP, social media da organização Loud, que tem o atual time campeão do mundo no Valorant, estudaram estratégias para voltar com os conteúdos tanto na plataforma quanto em outras como Twitter, TikTok e Youtube.

“Mesmo acompanhando as lives 100% do tempo, a Twitch acabou banindo o canal dele”, relata o pai de Lucas. Para a família, é importante que a plataforma fiscalize se as regras estão sendo cumpridas, porém tanto Lucas quanto Márcio estudam voltar à plataforma e retomar as lives.

“Esse jogo e as lives são como terapia para ele. Nunca iremos transformar a Twitch em vilã, pelo contrário. Porém, queremos voltar em um formato que fique bom para os dois lados”, conta. A solução foi criar a SabininhuFam, sinalizando que toda a família Sabino estaria envolvida no projeto. Até o momento, há dois vídeos no Youtube contando a trajetória de Lucas que já ultrapassam 18 mil visualizações.

Como começou

Lucas chegou em níveis profissionais de forma muito rápida, no entanto, tudo começou em 2018, quando teve acesso aos jogos. Ele e o irmão mais velho, agora com 24 anos, começaram a jogar juntos no PlayStation e no computador da família.

“Eu ficava vendo ele jogar Counter-Strike, um jogo de tiro, e gostei. Ficava perguntando se podia jogar”, conta o garoto.  Lucas teve a oportunidade após o irmão voltar a fazer faculdade. “Eu comecei a jogar, mas era ainda muito novo. Depois de um tempo meu irmão me apresentou o Valorant, ainda quando o jogo estava em teste”, explica.

Lucas em seu quarto fazendo o símbolo da Loud, organização de e-sports. | Crédito: Arquivo Pessoal

Valorant é um jogo eletrônico no estilo FPS, ou tiro em primeira pessoa traduzido da expressão em inglês, desenvolvido pela Riot Games e lançado em 2020. “Eu jogava no computador da minha mãe durante a pandemia, já que ela estava em casa. Travava bastante”, ele brinca.

A mãe de Lucas, Grasi, é professora e relata que deixava o filho jogar as vezes durante o período de isolamento. “Dava para ver que ele gostava e isso não atrapalhava o desempenho dele em nenhuma outra atividade, até hoje em dia é assim”, conta.

Lucas junto ao seu primeiro patrocínio no mundo dos jogos. | Crédito: Arquivo Pessoal

Durante seis meses, Lucas ficou afastado dos jogos eletrônicos para computador, apenas jogando no PlayStation. No Natal ganhou um computador dos pais e foi assim que Sabininhu nasceu.

Rumo ao radiante

“No começo eu era bem ruim, só que eu fui jogando e subindo meu nível. Com o tempo, foram surgindo pessoas que me inspiraram como o Aspas”, conta Lucas. Aspas é um pró-player da organização Loud e atual campeão mundial no Valorant. E foram essas pessoas que fizeram Sabininhu querer se destacar ainda mais.

Segundo o joinvilense, no começo ele apenas jogava por diversão, e esse ainda continua sendo seu principal motivo, no entanto, agora quer se tornar cada vez mais forte no jogo.

Arquivo Pessoal

Em outubro de 2022, após dois anos jogando ranqueadas (partidas que definem o ranque de ato), Lucas conseguiu alcançar o nível mais alto do jogo chamado Radiante. A conquista foi após muito treino e estudo. “Ele fez um caderninho de jogadas com os jogadores que ele gostava do cenário competitivo. Vivia assistindo jogos e tentando entender o que ele poderia fazer”, conta o pai.

Isso é possível ver durante os jogos, além de ter mira para acertar os jogadores, Lucas gosta de traçar estratégias junto aos companheiros de equipe. “Ele combina o dom com o esforço de querer melhores ainda mais”, explica Márcio.

Atualmente, Lucas joga mais partidas sozinho ou com colegas que conheceu em meio aos jogos e o mundo gamer. Porém, não abriu mão de jogar com os amigos da escola.

Início das lives

O começo para Lucas e sua família não foi fácil, principalmente por conta da idade de Sabininhu. “A gente achava que não era jogo para a idade dele. Até que ele fez a primeira live, vimos que ele gostou muito e tudo começou a tomar uma proporção diferente”, conta a mãe.

Lucas começou a demonstrar uma desenvoltura e a evolução foi percebida por todos na família. Nas lives, o joinvilense se tornava o Sabininhu, o garoto prodígio em um jogo repleto de adultos. “Dava para perceber que além de desafiador, era uma diversão para ele estar nas lives. A gente acompanhava tudo, sempre ao lado dele. Foi uma virada de chave ele ter começado a jogar”, recorda o pai.

Com o jogo, Lucas começou a desenvolver suas questões sociais e aprendeu a liderar. “O jogo e a live ajudam e muito no desenvolvimento dele. Demanda superar desafios, ter um raciocínio mais rápido e é uma boa combinação. Nós como pais estamos ao lado para estabelecer os limites”, comenta Márcio.

Fora do mundo gamer

Porém, nem tudo é Valorant e jogos eletrônicos. Lucas é responsável e um ótimo aluno. Em 2022, ele foi para a Olimpíada Brasileira de Matemática e participa da escolinha de futebol do colégio. Além disso, participa da catequese na igreja em que a família vai.

Os pais definem Sabininhu como uma criança responsável e que tira as melhores notas. “Nós sabemos o quão importante isso é para ele e o Lucas não abriu mão de nada. Pelo contrário, isso só agrega ainda mais no crescimento dele como ser humano”, finaliza Grasi.


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