VÍDEO – Entenda como funcionam as cirurgias robóticas realizadas em Joinville

Hospital Dona Helena realizou o primeiro procedimento nesta terça-feira

VÍDEO – Entenda como funcionam as cirurgias robóticas realizadas em Joinville

Hospital Dona Helena realizou o primeiro procedimento nesta terça-feira

Isabel Lima

Na manhã desta terça-feira, 4, o Hospital Dona Helena realizou a primeira cirurgia robótica com o aparelho Da Vinci Xi, fabricado pela norte-americana Intuitive Surgical, pioneira e líder mundial em robótica para medicina.

O procedimento foi realizado por dois cirurgiões: Ernesto Reggio, chefe do departamento de robótica do hospital, e Rafael Ferreira Coelho, cirurgião do Hospital Sírio-Libanês (SP) e um dos principais médicos da área no Brasil. Rafael presta consultoria ao hospital de Joinville e deve acompanhar os primeiros procedimentos.

Conforme Rafael, a principal área em que os robôs são utilizados atualmente é a urologia. No procedimento desta manhã, um paciente, de 51 anos, retirou a próstata. A cirurgia durou apenas 1h30 e foi transmitida no auditório do hospital.

Assista ao vídeo:

Embora o robô seja parte primordial da cirurgia, ele é manipulado por um cirurgião, que fica em um equipamento com consoles e pedais. “Neste sistema Da Vinci, o robô não opera sozinho, o robô não substitui o cirurgião, mas ele permite características cirúrgicas, vantagens, que a mão humana, o olho humano não chegam”, explica Ernesto.

Segundo Bráulio Barbosa, diretor técnico do Dona Helena, é interessante reparar que quase não houve sangramento durante o procedimento. “É uma cirurgia muito mais segura, a segurança do paciente é maior, a recuperação do paciente é muito mais rápida”, ressalta.

Bráulio Barbosa (à esq.), Rafael Ferreira Coelho, Ernesto Reggio e José Tadeu Chechi | Foto: Isabel Lima/O Município Joinville

Além da rapidez na recuperação pós-operatória, José Tadeu Chechi, diretor-geral do hospital, explica que a principal vantagem é a concentração do cirurgião. Como o rosto do médico fica posicionado no aparelho, ele não se distrai com a movimentação da sala e consegue realizar uma cirurgia com mais rapidez e precisão.

Cirurgia robótica

Apesar da tecnologia ser bastante utilizada no campo da urologia, o robô adquirido pelo Hospital Dona Helena permite realizar procedimentos de todas as áreas, como: ginecologia, tórax, aparelho digestivo, cabeça e pescoço e outros cânceres.

De acordo com o chefe do departamento em Joinville, Ernesto Reggio, o principal motivo para os procedimentos robóticos serem urológicos é o momento em que os profissionais começaram a se profissionalizar. “Os urologistas saíram na frente para fazer a capacitação”, explica.

Entretanto, o hospital já tem outras sete cirurgias agendadas, entre elas, uma na tireoide. A previsão do Dona Helena é realizar 30 cirurgias por mês neste período de implementação.

Atualmente, o robô Da Vinci e a equipe do hospital conseguem realizar dois procedimentos por dia. Além disso, 28 médicos da cidade já estão capacitados para realizar os procedimentos com assistência dos braços robóticos. Dois médicos de Jaraguá do Sul também passaram pela profissionalização.

Diferenças da cirurgia robótica

Hospital Dona Helena/Divulgação

Conforme o cirurgião especialista Rafael Coelho, a cirurgia robótica é uma evolução da cirurgia laparoscópica, aquela cirurgia minimamente invasiva, comumente chamada de cirurgia por vídeo. “A cirurgia tradicional ela é bidimensional, são pinças rígidas, não reproduzem o movimento da mão humana”, explica Rafael.

Ele ressalta que essa característica dificulta a realização de procedimentos complexos, que demandam mais tempo. “A cirurgia robótica tem uma imagem tridimensional, o cirurgião controla sentado no console apenas braços robóticos articulados, que reproduzem os graus de liberdade da mão humana”, conta o cirurgião.

“Costumamos dizer que o sistema do Da Vinci amplia seu campo de visão e é como se alongasse seus braços”, diz o chefe do departamento no Dona Helena, Ernesto Reggio.

Desta forma, os procedimentos cirúrgicos complexos podem ser realizados de forma minimamente invasiva, com mínimo sangramento e uma recuperação pós-operatória mais rápida. “Isso se traduz em menos dores, os pacientes retornam às atividades habituais mais rápido”, conclui Felipe.

Investimentos

Batizado de Da Vinci Xi, o robô faz parte do sistema Da Vinci, fabricado pela norte-americana Intuitive Surgical, pioneira e líder mundial em robótica para medicina.

As negociações para a compra do aparelho iniciaram há dois anos, com decisão unânime do corpo diretor do hospital em adquirir a tecnologia. O equipamento desembarcou em Joinville no final de abril, sendo instalado no centro cirúrgico do Dona Helena. Foram quatro meses de adequações e capacitação de enfermeiros, anestesistas e médicos.

O hospital investiu cerca de R$ 20 milhões, considerando a infraestrutura e o próprio robô.


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