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VÍDEO – Idosa de 85 anos é mantida em cárcere privado pelo próprio filho no Litoral Norte

Filho era o responsável por manter a vítima em condições desumanas

Na manhã desta quinta-feira, 15, uma idosa de 85 anos foi resgatada de condições desumanas que era mantida pelo próprio filho em Itajaí. A ação aconteceu por volta das 11h15 após funcionárias da saúde e assistência social abordarem a Polícia Militar no bairro Cordeiros.

Ao chegar no local, os policiais encontraram a vítima presa dentro da residência que estava fechada com um cadeado do lado de fora, além do cadeado que estava no portão do terreno. A guarnição arrombou ambos os cadeados e se deparou com a condição insalubre que imóvel era mantido.

O filho, um homem de 54 anos, foi preso pelos crimes de cárcere privado, expor a perigo a integridade física de idoso e apropriar-se de bens, proventos e pensão de pessoa idosa. Ele tentou se trancar dentro da residência. Somente após ser dada a ordem para que saísse, ele foi algemado e conduzido à Central de Plantão Policial de Itajaí.

Condições desumanas

No interior da residência os policiais constataram condições precárias e insalubres de higiene. Eles relataram que havia um odor fétido por toda a residência. Além de roupas sujas espalhadas, comidas estragadas com bichos dentro e fora da geladeira e muita sujeira no local, caracterizando condições desumanas de habitação.

A PM observou que próximo à cama da idosa havia um prato com arroz estragado e com bichos. Ela contou para os policiais que aquele era o seu almoço e que tinha sido deixado pelo filho.

Além das péssimas condições da residência, a vítima também estava sem os remédios de pressão e diabetes.

Confira vídeo:

A vizinha, de 77 anos, também esteve presente e ajudou a vítima a todo o momento. Ela relatou que por diversas vezes ofereceu ajuda e cuidados à vizinha. Inclusive, o filho da vítima teria prometido dar uma cópia da chave para fazer companhia à vítima. Porém, nunca a entregou.

Segundo a vizinha, a idosa não era vista há muito tempo, pelo fato de a casa sempre estar fechada e que não sabia das condições precárias que ela vivia.

Versão do filho

Durante a realização do atendimento, o filho da idosa apareceu na residência e disse que sua mãe tem demência. Ele contou que mora nos fundos da casa de sua mãe e que, ao sair para trabalhar, tranca a porta por dentro e sai pelos fundos da casa, chaveando a porta da sua casa pelo lado de fora.

Ele alegou que a medida é necessária para que ela não saia e se perca na rua. Além disso, que administra os remédios quando volta do trabalho. Ele alegou que alguns remédios já acabaram.

O filho confessou que recebe o benefício previdenciário da vítima, fica com a bolsa da idosa e de seus cartões bancários. Ele não possui procuração pública ou qualquer autorização judicial. Além disso, paga a parcela do ar-condicionado de seu quarto e as contas da casa com o benefício da mãe.

Questionado sobre a insalubridade da casa, ele informou que não reconhece a situação de higiene. Por fim, disse que o arroz que deixou para ela comer estava na geladeira.

Denúncia

Conforme as funcionárias da saúde e assistência social, elas foram ao local para fazer o acompanhamento da vítima e decidiram chamá-la no portão da residência. Logo após, ela apareceu na janela e informou que estava trancada dentro da casa, que não possuía chave do portão, apenas seu filho era o responsável. Porém, ele só retornaria ao fim do dia. Por fim, a idosa reclamou que estava com muito calor.

A gerente da Unidade de Pronto Atendimento, de 28 anos, relatou que faz o acompanhamento da vítima e que desde fevereiro ela não recebia atendimento. Por diversas vezes a equipe passou e a casa estava fechada e, por esse motivo, não viam a senhora.

O Samu foi acionado para prestar o atendimento à vítima. A equipe relatou que também já estiveram na residência antes e que precisaram arrombar o cadeado para fazer o socorro. No atendimento em questão, a idosa estava desmaiada no pátio.

A gerente do UPA e as demais enfermeiras e assistente sociais ficaram responsáveis pela idosa que foi encaminhada ao Centro Integrado de Saúde (CIS) para que pudessem verificar os níveis de desnutrição da vítima. Posteriormente, a idosa será encaminhada a uma casa de cuidados a idosos.

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