VÍDEO – Idosos assistem jogo do Brasil em casa de repouso, em Joinville
Conheça alguns moradores da Casa de Repouso Anos Dourados
Na Casa de Repouso Anos Dourados, em Joinville, é tradição comemorar as datas especiais durante o ano, mas essa Copa do Mundo foi diferente. “Essa é a copa que está tendo a maior movimentação”, conta Priscila, dona do local. Os 20 moradores da casa se reúnem em frente à televisão da sala em todos os jogos da seleção, uniformizados e com apitos, garantem uma torcida animada.
Dolores, de 77 anos, acompanhou aflita cada movimento do Brasil. Com as mãos na boca, em um sinal de nervosismo, ela mantém o costume de acompanhar a Copa do Mundo desde novinha.
Mãe de três meninos fãs de futebol, Dolores viu o Brasil ser campeão algumas vezes, sempre de casa com a família. Antes do jogo contra a Croácia começar, ela apostou que o resultado seria 4 x 0, mas já no intervalo antes do segundo tempo ela mudou o palpite. “Agora, se der 2×0 é muito”.
A amiga Maria Margarida analisa o andamento da partida, “está muito difícil”. Na casa há quatro meses, Maria é Corinthiana do coração, já assistiu jogos do time em São Paulo e sempre acompanhou de perto o futebol. “Eu já fui muito louca pelo jogo”, ela conta.
Quando morava em São Paulo, o dia do jogo era sagrado. As empresas liberaram os trabalhadores que corriam para casa assistir a seleção. “Gostava de uma pinga com limão, caipirinha né?”, brinca com a memória.
Pai de Priscila, gestora da casa, Jorge, de 69 anos, foi até o local acompanhar o jogo pelas quartas de final. Para ele o futebol é mais do que um entretenimento, Jorge jogou bola profissionalmente no São Paulo, Bahia, Campo Grande, JEC e Figueirense.
Mesmo que não more na Anos Dourados, sempre frequentou, até para ajudar a filha. “Farra é normal, sempre tem uma brincadeira aqui”, explica.
O mundo lá fora
Um dos pilares da casa de repouso é fazer com que os idosos participem do mundo fora da casa. Fundada há sete anos, o local conta com 19 profissionais que se revezam em plantões.
Priscila conta que, no momento, a casa tem mais moradores orientados, o que permitiu que eles se juntassem para acompanhar a copa juntos. “Na pandemia, tudo é mais difícil para eles, não é porque eles estão aqui dentro que não tem momento de alegria”, ela explica.
A preocupação em tornar o ambiente aconchegante e animado é pilar na casa. A Técnica de Enfermagem Leia trabalha no local há 2 anos e conta que todos participam, da torcida à decoração. “Eles entram no clima, fazem apostas, é a semana toda esse climão aí. Quando tá próximo do jogo já dá palpite, comemora entre eles, se divertem, tiram sarro”, ela explica.
Quem também frequenta a casa é Julia, de 19 anos. Filha de Priscila, ela encontrou na geriatria uma paixão, assim como a mãe, avó e bisavó fizeram. Julia conta que convive mais com os idosos da casa do que com a própria família. “Eu tenho 20 avós, este amor de neta que eu quero dar pra eles”, diz.
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