VÍDEO – Joinvilense escala um dos paredões mais difíceis do mundo; confira trajetória

El Capitain é considerada a meca dos escaladores

VÍDEO – Joinvilense escala um dos paredões mais difíceis do mundo; confira trajetória

El Capitain é considerada a meca dos escaladores

Isabel Lima

Daniel Casas é o joinvilense que entrou na história do montanhismo brasileiro ao escalar um dos mais difíceis paredões de granito do mundo, o El Capitain, localizado no Parque Nacional do Yosemite, na Califórnia, nos Estados Unidos.


Montanhista desde 1988, Daniel começou escalando o Castelo dos Bugres, na Serra do Piraí, aos 11 anos. Se apaixonou pelo esporte e decidiu abrir uma escola de montanhismo na região.

El Capitain

Arquivo pessoal

Para Daniel, a preparação para escalar a El Capitain foi constante. “Sorte é estar preparado quando a oportunidade aparecer, sendo assim, estou sempre em atividade, escalando a maior parte do tempo, dando aulas e levando clientes para escalar”, conta Daniel.

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Quando surgiu a oportunidade de viajar até a Califórnia e escalar o paredão El Capitain, Daniel conseguiu uma dupla de escaladores para acompanhar ele no desafio, Naoki Arima e Otaviano Montes.

Arquivo pessoal

O trio passou 45 dias em Yosemite Valley, parque nacional onde está localizado o El Capitain, Half Dome e outras grandes montanhas. “Nosso principal objetivo era o El Capitan, a maior parede do vale”, explica Daniel.

Toda a escalada durou seis dias. “O El Capitan é uma montanha de rocha cobiçada por qualquer montanhista do mundo, é sem dúvida um excelente desafio. Existem mais de 50 ou 60 rotas para atingir o cume, nenhuma delas é fácil, nós escolhemos a via Lurking Fear, localizada na parede oeste, com mais de 600 metros”, completa o escalador.

A escalada

Arquivo pessoal

No primeiro dia do desafio, o trio de escaladores começou com a trilha de aproximação do El Capitain. Foram 2h30 levando grandes equipamentos, pesando cerca de 150 quilos (kg). Ao chegar no ponto mais próximo, a aproximadamente 130 metros do solo, a equipe deixou as cordas fixadas e desceu novamente para o vale.

Já no segundo dia, ajeitaram a logística e subiram no período da tarde até o ponto onde instalaram a corda e puxaram os materiais. Aquele foi o primeiro dia dormindo na montanha, aos pés do El Capitain.

Assista ao vídeo:

O terceiro dia foi inteiro de escalada, quando o trio chegou a madrugar subindo o paredão. “Nosso objetivo era subir até a décima parada, mas só conseguimos chegar até a nona já tarde da noite, dormimos ali mesmo, a mais ou menos 350 metros de altura”, relembra Daniel.

Arquivo pessoal

Como chegaram bastante tarde no ponto de parada, acabaram dormindo tarde e demoraram duas horas para tomar café e ajeitar os materiais. “A parede continuava vertical e difícil, mas conseguimos atingir nosso objetivo do dia, que era chegar na 14ª parada”, explica Daniel.

“O último bloco fui eu quem guiou e cheguei a tempo de assistir de camarote o pôr do sol a 510 metros de altura, meus parceiros chegaram pelas cordas fixas já à noite”, conta o joinvilense. A quarta noite foi boa para o trio, pois conseguiram deixar tudo organizado para o dia seguinte.

Arquivo pessoal

Ainda na madrugada do quinto dia, por volta das 4h15, os escaladores começaram o último dia de subida. Embora menos verticalizado, os últimos 300 metros foram bastante difíceis para os escaladores devido ao cansaço acumulado.

“Chegamos no cume a tempo de apreciar mais um pôr do sol com o jogo ganho. Momentos de êxtase e sensação de sonho realizado. Passamos mais uma noite na montanha, ao relento, curtindo o céu estrelado e com o sorriso de orelha a orelha”, relembra Daniel.

Arquivo pessoal

Já no sexto dia, acordaram com o sol e aproveitaram um café da manhã demorado. Desceram pelo chão por trilhas e rapel. O trio chegou no vale às 15h30, onde foram recepcionados por amigos e cerveja gelada.

A trajetória de escalador

Daniel Casas conta que nunca parou de escalar, o que abriu oportunidades para praticar o esporte em todo o Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Suíça, França, Itália e Estados Unidos.

“Na região de Joinville sou um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do montanhismo. Abri incontáveis rotas de escalada na região em paredes e montanhas que nunca haviam sido subidas, além de ensinar inúmeras gerações de montanhistas aqui na região”, diz com orgulho.

Além de ser professor de escalada, Daniel publicou alguns guias de escalada com o objetivo de registrar a história que tem com o esporte. “Quando não estou na montanha mantenho uma rotina de treino diária no Centro de Escalada Jurapê em Joinville, que possui uma ótima estrutura de muros de escalada e metodologia de treino bem moderna”, conta Daniel.

Em 1994, começou a praticar escalada técnica após fazer o curso básico na região da Pedra do Baú, Serra da Mantiqueira, no interior de São Paulo. Já em 2001, fundou a Salamandra Escola de Montanha e desde então trabalha exclusivamente com escalada e montanhismo.

Em 2011, conseguiu a certificação profissional Guia/Instrutor de Escalada pela Aguiperj, única entidade certificadora no Brasil reconhecida pela Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada. Em Joinville e região, Daniel é o único guia profissional com essa certificação.

*Colaborou Yasmim Eble


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