VÍDEO – Pacientes relatam demora para atendimento e grandes filas nas UPAs de Joinville
Pacientes do PA Sul estavam desde às 5h esperando atendimento médico
Pacientes do PA Sul estavam desde às 5h esperando atendimento médico
Com a alta demanda para atendimentos, a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas da região Sul, localizado no bairro João Costa, em Joinville, registrou filas para atendimento e corredores lotados nesta terça-feira, 4.
A reportagem do jornal O Município Joinville esteve no local pela manhã e registrou mulheres em pé com crianças de colo e pessoas que receberam atendimento após quase 10 horas esperando. Maria Cristina, de 46 anos, chegou na UPA às 7h junto ao seu filho, de 20 anos. “Ele está com muita dor no corpo e febre desde a madrugada. Vim esperando atendimento, mas já relataram que está demorando muito”, conta a joinvilense.
Outra paciente, de 57 anos, chamada Carla Pereira chegou ao local por volta das 3h40 da madrugada. “Ainda não consegui atendimento e a dor no corpo está cada vez pior. É muito ruim passar tanto tempo esperando”, conta.
No lado de fora, os bancos estavam lotados com idosos e outros pacientes. A mãe de dois pacientes, de 14 e 2 anos, que preferiu não se identificar, chegou ao lado com os dois filhos com febre e dores no corpo.
“Em outros momentos já vim para o PA e o atendimento sempre foi normal, mas agora dá para perceber que a demanda é diferente. Não tem lugar para ficar dentro [do pronto atendimento]”, relata.
Uma moradora do bairro Paranaguamirim, na região Sul, foi para a UPA Norte, localizada no Costa e Silva, para conseguir atendimento. Daisy Cristina Ferreira, de 42 anos, estava com febre, dores no corpo e cansaço quando chegou à UPA Sul.
“Fui de madrugada porque não aguentava mais a dor, mas quando eu cheguei lá e me deparei com pessoas que viraram a noite no espaço, resolvi vir para o UPA Norte”, explica. No local, ela chegou perto das 4h e saiu do espaço perto das 9h com os exames feitos e o diagnóstico.
Com a alta demanda nas unidades de saúde, segundo a Prefeitura de Joinville, foi feito um reforço nas escalas médicas e de enfermagem para agilizar os atendimentos nas UPAs. “Esse processo de fortalecimento nas escadas continua sendo feito”, diz o secretário de Saúde, Andrei Kolaceke.
“A Secretaria da Saúde também implantou a Central de Atendimento da Dengue e agora, para servir como ponto de apoio, a prefeitura está abrindo a Central de Atendimento Pediátrico. Ampliando as portas de acesso para atendimento de demanda espontânea, a secretaria espera reduzir a sobrecarga principalmente nas UPAs e PA”, complementa o secretário.
A Central de Atendimento da Dengue, localizada no bairro Boa Vista, já atendeu mais de 1,1 mil pessoas até nesta segunda-feira, 3. A demanda é alta, mas o tempo de espera é considerado curto.
Segundo o secretário de Saúde, a central teve um impacto bastante positivo na rede. “A partir da centralização desse atendimento, é possível atender os casos de acordo com as especificidades que o paciente apresenta. A secretaria conseguiu um fluxo eficiente no serviço que permite a atenção especial na demanda, reduzindo a sobrecarga nas outras unidades. Já foi percebida uma redução na sobrecarga, por conta da dengue, nas demais unidades”, avalia.
Ele destaca que se a demanda, atendida na central, ainda estivesse sendo atendida em outras unidades, a situação de superlotação seria ainda pior. De terça-feira, 28, até nesta segunda-feira, 3, um total de 1.194 pessoas foram atendidas no local. Destes, 363 testaram positivo para a doença.
O serviço é voltado para pessoas com 15 anos ou mais, que apresentam sintomas leves e moderados da dengue. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Caso necessário, o horário poderá ser ampliado.
Os sintomas mais comuns são: febre alta; dor no corpo, nas articulações ou atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça; e manchas vermelhas no corpo.
Pacientes que apresentam sintomas severos, como sangramento, dor aguda, desmaio ou confusão mental devem buscar atendimento imediato nas Unidades de Pronto-atendimento (UPAs).
Nas Unidades Básicas de Saúde de Joinville a demanda por atendimento reduziu após a criação da Central de Atendimento da Dengue. Segundo um funcionário da Unidade Básica de Saúde do Bucarein, os atendimentos foram normalizados.
O servidor explicou à reportagem que os pacientes graves com suspeita de dengue são encaminhados para as UPAs, já os moderados e leves são levados para a Central.
A Secretaria da Saúde recomenda que sempre que o caso for de sintomas leves, o paciente deve procurar as Unidades Básicas de Saúde da Família. “Principalmente situações que não demandam atendimento imediato, devem buscar as UBSFs para que, neste momento, as Unidades de Pronto-atendimento façam o acolhimento das urgências”, esclarece Andrei.
Em específico na unidade do Bucarein, foram relatados falta de medicamentos por alguns pacientes. Teresinha Moretti da Silva, de 75 anos, tem mobilidade reduzida e é moradora do bairro Floresta.
Ela estava na manhã desta terça-feira, 4, na UBSF Bucarein para retirar seu remédio controlado, chamado fluoxetina, porém novamente o remédio estava em falta. “Tomo ele sempre e preciso do remédio. Me desloquei até aqui para não ter meu remédio”, conta.
Segundo a Prefeitura de Joinville, a fluoxetina está com o estoque normalizado. “Como este medicamento depende de controle especial, ele está disponível em Unidades com farmacêutico para a retirada pelo paciente”, diz o secretário.