VÍDEO – Paralisação dos caminhoneiros fecha uma das faixas da BR-101, em Joinville
Pista, no sentido Curitiba, tem filas de 4 quilômetros
Pista, no sentido Curitiba, tem filas de 4 quilômetros
Na manhã desta terça-feira, 7, Dia da Independência do Brasil, manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fecharam uma das faixas do KM 25, na BR-101, em Joinville.
Com faixas e cartazes em apoio a Bolsonaro, a paralisação é formada, na maioria, por caminhoneiros autônomos. A pauta principal, além de defender o chefe do Executivo, é a renúncia dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
No local, caminhões, exceto os que transportam oxigênio, alimentos e remédios, são impedidos de seguir trafegando. Carros, motos e ônibus, até o momento, não estão sendo barrados.
De acordo com um dos organizadores da greve, que não quis se identificar, a paralisação deve seguir nos próximos dias. “Está na mão do governo. Só vamos sair daqui quando se resolver em Brasília”, afirma.
O homem diz que na manhã desta quarta-feira, 8, em Brasília (DF), será entregue um documento ao Senado, exigindo a renúncia dos ministros do Poder Judiciário. Caso o pedido não seja aceito, a paralisação deve avançar. “Se o governo não atender o prazo, o negócio ficará um pouco mais tenso”, diz.
Outra manifestante que não quis se identificar, uma professora da rede estadual em Joinville, fala que está na paralisação por ser contra os ministros do STF, que, para ela, estão impedindo a livre expressão. “Um cara [ministro] se ofende e manda prender por que estou me manifestando?”, questiona.
Ela também cita que a mobilização pode se radicalizar nos próximos dias. “Se o que estamos reivindicado não for aceito por bem, de alguma maneira vai ser”, argumenta.
Às 11h10, no KM 25 da BR-101, em Joinville, a faixa direita e acostamento estavam com 4 quilômetros de filas.
Durante a paralisação em Joinville, manifestantes portavam faixas e cartazes de ataques ao STF, como frases exigindo a “destituição” da mais alta instância do judiciário do Brasil.
Outra mulher, no ato, segura uma cartaz pedindo a Bolsonaro e ao Exército que se escreva uma nova Constituição Federal, além de dizer que os Poderes são “comunistas”.
Um outro manifestante ainda pede a prisão dos ministros do STF e destituição de parlamentares que, para ele, também pertencem ao “comunismo”.
Também nesta terça-feira, dois ministros do Poder Judiciário, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, dois dos mais criticados por Bolsonaro e seus apoiadores, se manifestaram nas redes sociais, defendendo eleições livres e a democracia.
Nesse Sete de Setembro, comemoramos nossa Independência, que garantiu nossa Liberdade e que somente se fortalece com absoluto respeito a Democracia.
— Alexandre de Moraes (@alexandre) September 7, 2021
Brasil, uma paixão. Brancos, negros e indígenas. Civis e militares. Liberais, conservadores e progressistas. Desde 88, a vontade do povo: Collor, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro. Eleições livres, limpas e seguras. O amor ao Brasil e à democracia nos une. Sem volta ao passado. pic.twitter.com/1eAr2vrGrh
— Luís Roberto Barroso (@LRobertoBarroso) September 7, 2021
No Brasil, de acordo com a Lei 7.170, de 1983, é proibido atacar, ameaçar ou pedir o fim do STF ou outros Poderes.
No Artigo 16 da Lei de Segurança Nacional, se cita que “integrar ou manter associação, partido, comitê, entidade de classe ou grupamento que tenha por objetivo a mudança do regime vigente ou do Estado de Direito, por meios violentos ou com o emprego de grave ameaça. Pena: reclusão, de 1 a 5 anos”.
Além disso, o Artigo 17 afirma que “tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito. Pena: reclusão, de 3 a 15 anos”.
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