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VÍDEO – Receita e Polícia Federal realizam operação contra importação ilegal de mercadorias em Joinville

Operação aconteceu em seis cidades

A Receita Federal e a Polícia Federal realizaram nesta quinta-feira, 6, a Operação Anemia, visando combater a importação ilegal de mercadorias. Mandados foram cumpridos em Joinville e em cinco cidades de outros três estados.

Segundo a Receita Federal, a investigação visa desmantelar uma organização criminosa responsável por importação ilegal de grandes quantidades de mercadorias de origem estrangeira, sem seguir os devidos procedimentos legais. O grupo estaria atuando com a colaboração de agentes públicos ativos e inativos.

O grupo era responsável por introduzir produtos no Brasil ilegalmente a partir do Paraguai. Posteriormente, esses produtos eram destinados a clientes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal, em cidades com grandes comércios populares e lojas de produtos eletrônicos importados irregularmente.

Ao longo das investigações, foram encontrados indícios de práticas ilícitas e lavagem de dinheiro. Contas bancárias relacionadas aos investigados receberam valores de pessoas com antecedentes criminais, envolvendo crimes de contrabando, descaminho e lavagem de dinheiro.

Como o grupo agia?

De acordo com a Polícia Federal, as investigações iniciaram em 2020, mas o grupo criminoso atuava desde 2014, introduzindo mercadorias irregularmente no país pela fronteira com o Paraguai, principalmente eletrônicos, que eram distribuídos a diversos estados. A intensa movimentação financeira chamou a atenção das autoridades, realizada por meio de laranjas e empresas fictícias constituídas para dissimular o recebimento de recursos.

Conforme a Receita Federal, a organização funcionava em sete núcleos, caracterizados pela divisão de tarefas: (1) núcleo de gestão, (2) núcleo de logística, (3) núcleo dos financiadores, (4) núcleo dos contadores, (5) núcleo dos doleiros/operadores financeiros, (6) núcleo dos compradores e (7) núcleo dos laranjas.

O grupo passou a adquirir produtos diretamente de fornecedores nos Estados Unidos, China e Hong Kong, utilizando as cidades paraguaias da fronteira apenas como entreposto físico das mercadorias, recebidas por meio de serviços de encomenda postal internacional.

Para operacionalizar os pagamentos aos fornecedores nesses países, a organização criminosa estruturou uma complexa rede de empresas nacionais e offshores, utilizando criptomoedas para realizar evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Apenas em uma das empresas, constituída em nome de uma funcionária, foram movimentados aproximadamente R$ 700 milhões sem o correspondente faturamento declarado.

A organização conta com financiadores, muitos deles servidores públicos, que investem recursos e depois dividem os lucros das atividades criminosas, e com contadores e operadores financeiros, que agem para dar aparência lícita e fluxo financeiro aos negócios realizados. Utilizando empresas de fachada, sem capacidade operacional aparente e com fluxos contábeis simulados, os criminosos registraram receitas fictícias, sem amparo em documentos de vendas ou serviços, para dar lastro à distribuição de lucros aos sócios e dissimular a origem ilícita dos recursos.

A operação

De acordo com a Receita Federal, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos investigados, visando a comprovação e coleta de novos elementos comprobatórios dos crimes representados.

A operação contou com a participação de aproximadamente 34 auditores-fiscais da Receita Federal e 230 policiais federais, que cumpriram, ao todo, 53 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva. Além de Joinville, os mandados foram cumpridos em Curitiba (PR), Londrina (PR), São Paulo (SP), Tupã (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

Segundo a Polícia Federal, as medidas foram cumpridas com o apoio das corregedorias da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal do estado do Paraná. Foi determinado judicialmente o bloqueio de bens e valores de quase R$ 400 milhões, conforme os levantamentos dos recursos financeiros movimentados pelo grupo criminoso.

As ordens judiciais expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba preveem o sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou de alto valor encontrados.

Veja imagens da operação:

Foto: Receita Federal/Divulgação
Foto: Receita Federal/Divulgação
Foto: Receita Federal/Divulgação
Foto: Receita Federal/Divulgação
Foto: Receita Federal/Divulgação
Foto: Receita Federal/Divulgação
Foto: Receita Federal/Divulgação
Foto: Receita Federal/Divulgação

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