X
X

Buscar

VÍDEO – Trio de amigos cria canal para contar histórias de locais abandonados de Joinville e região

Trio de Joinville acumula mais de 1,4 milhão de inscritos no Youtube e 585 mil seguidores no Facebook

Histórias de terror e conteúdos sobrenaturais. Esse é o tema do canal Chamos, criado por André Bonsere, de 36 anos, Jotanael Antunes, de 30 anos, e Jeferson Bueno, de 38 anos, para explorar casas abandonadas em Joinville e região. O canal acumula mais de 1,4 milhão de inscritos no Youtube, 585 mil seguidores e 148 mil curtidas no Facebook, as principais plataformas do projeto.

Conhecidos como Chamos (André), Jefinho (Jeferson) e Jota (Jotanael), o trio se aventura em diversas casas abandonadas na região. Os vídeos já acumulam 204.411.713 visualizações no Youtube. Segundo André, o nome do canal surgiu por conta do nick, nome ou apelido em contas, que ele utilizava em jogos online como Counter-Strike 1.6, CS-GO, entre outros.

Da esquerda para a direita está Jefinho, Jota e Chamos. | Crédito: Arquivo Pessoal

Em 2017, quando o projeto iniciou, André pensou em quais opções teria para o canal e, para não colocar o nome ou o sobrenome, resolveu colocar o apelido. “Esse nick foi indicado por um amigo que conheci de forma online. Nunca pesquisei o significado, mas sempre gostei dele”, explica. Ele também já foi questionado sobre mudar o nome do canal, porém com o sucesso ele acredita que já virou a marca e o diferencial do canal.

Por ser um assunto de gosto pessoal do André, a temática dos vídeos surgiu antes da decisão de qual rede social utilizar. Ele relata que sempre procurou por assuntos na internet com relação a fantasmas, casas assombradas e até ovnis. “Eu sempre adorei isso e nunca imaginei que poderia sobreviver a conteúdos desse nicho, mas com toda certeza essa escolha foi o que fez dar certo”, conta.

Após a decisão do tema, a ideia de criar um canal no Youtube e uma página no Facebook partiu de que as pessoas poderiam acompanhar os vídeos durante as viagens, bastidores, trocas de mensagens e o dia a dia da produção. “Nunca imaginamos que poderíamos chegar a esses números. Hoje somos conhecidos nas ruas não apenas de Joinville ou Santa Catarina, como também do Brasil todo”, conta André.

Segundo ele, onde a Chamos está para gravar alguém os reconhece. “Isso mostra como vale a pena, é um combustível para a gente sentir esse carinho, não tem preço”, acrescenta. Atualmente, além do Youtube e Facebook, o trio migrou para o TikTok, sendo essa a nova aposta do canal.

O início do projeto

André trabalhou por 15 anos na empresa da família, 12 horas por dia. Nas horas vagas, sempre gravava vídeos reagindo a outros canais de terror. Em setembro de 2017 surgiu a ideia de criar um projeto no gênero terror e encarar histórias de casas “mal-assombradas” de Joinville e região.

No início, o apoio e o crescimento foram difíceis. “Tive apenas apoio do Jefinho, que me estendeu a mão para me ajudar, sem receber nada. A primeira filmagem foi às margens da BR-101, próximo a Expoville, e conseguimos 80 mil visualizações em 24 horas”, relembra.

O case foi o pontapé inicial para a criação do projeto. Mesmo com o sucesso do primeiro vídeo, demorou para que o canal conseguisse bons resultados como atualmente. “Eu trabalhava 12 horas e de noite gravava os vídeos. Mesmo assim, eu acreditava no fundo que um dia poderia dar certo e que eu poderia viver disso”, relata.

A intuição foi certeira.  Com o tempo, o canal começou a ser monetizado e uma renda foi se formando. Segundo André, o primeiro ganho do canal foi entregue para o Jefinho, que o ajudou desde o início. Quando a monetização se tornou diária, foi necessário investir em equipamentos como câmeras, lentes e outros objetos necessários para a gravação.

A formação do trio

Jota entrou na Chamos após o canal participar de um encontro de youtubers no Shopping Mueller. “Ele trabalhava em frente ao local e o Jota não sabia que tínhamos um canal. Ele ficou surpreso com as pessoas pedindo foto para a gente e veio perguntar o que fazíamos”, lembra. Os três já eram amigos na época.

André e Jeferson mostraram o projeto e na hora Jotanael pediu para participar, mesmo sem nenhum retorno financeiro. A “brincadeira” se tornou um trabalho profissional e atualmente o trio consegue sustentar as famílias e pagar as contas com a renda do canal. “Nossa amizade começou muito antes do canal e isso foi fundamental para o projeto dar certo”, completa.

Casas “mal-assombradas”

No dia a dia, o mapeamento das lendas urbanas e das casas mal-assombradas é realizado pelas redes sociais. André explica que muitos casos de vídeos são indicados pelos próprios consumidores do conteúdo. “Às vezes pegamos um dia para andar de carro nas cidades e bairros, em busca de casas abandonadas”, conta.

Ao encontrar uma casa, o trio conversa com vizinhos e pesquisa o passado do local. Em alguns momentos são utilizados os equipamentos como, por exemplo, o “spiritbox”, um equipamento que reproduz vozes que se comunicam e respondem às perguntas. “Não somos especialistas nisso, somos apenas aventureiros, mas acreditamos que muitos espíritos se “apossam” desses locais unicamente por serem abandonados”, explica.

O processo de produção, segundo Chamos, é apenas ligar as câmeras, lanternas e gravar. Em cada casa, não é possível esperar o que pode acontecer, por isso o trio mostra o local e utiliza três câmeras, um K2, aparelho para detectar presenças através da luz, caneta de lazer e o próprio spiritbox.

A edição dos vídeos é feito pelo próprio Chamos. “Eu aprendi através de alguns vídeos no Youtube e fui melhorando aos poucos. Gostamos dessa forma mais “amadora” de edição, pois é isso que queremos passar como sensação para quem está assistindo”, acrescenta.

Principais histórias

Com milhares de locais conhecidos e filmagens realizadas, Chamos relata que é difícil elencar as melhores histórias, porém algumas se destacam. “Acredito que explorar o Casarão da Procópio Gomes e a floresta da bruxaria foram momentos de muito destaque”, conta.

O famoso Casarão da avenida Procópio Gomes é um símbolo de curiosidade e mistério para todos os joinvilenses e pessoas que passam pelo local. André relata que a casa conta com muitas lendas passadas de geração para geração. Por isso, considera um vídeo memorável no canal.

Algumas gravações se destacam quando algum risco foi detectado, como em uma filmagem onde fazendeiros armados deram tiros para que eles saíssem do local ou em locais com risco de assalto. Outro destaque, segundo André, foi na floresta da bruxaria. “Havia um carro trancando a saída das flores, sem ninguém dentro e nem fora, algo inexplicável”, diz.

Mesmo com todos os medos, André relata que é gratificante conhecer tantos locais e conseguir explorar ao máximo um assunto que ama. “Conhecemos pessoas novas, locais novos e muito bacanas. Toda casa abandonada tem uma história a ser contada. Às vezes precisamos ir longe para trazer e outras estão ao nosso lado. Essa é a magia”, finaliza.


Com arquitetura única em Joinville, Palacete Dória precisou ser construído por empresa de Curitiba: