Wolbachia: técnica de combate à dengue será aplicada em mais bairros de Joinville
Ao todo, população de 510 mil pessoas deve ser beneficiada com o método
Ao todo, população de 510 mil pessoas deve ser beneficiada com o método
O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do Método Wolbachia em Joinville, que tem como objetivo combater a dengue. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira, 3, após uma reunião entre a equipe da Prefeitura de Joinville, técnicos do Ministério da Saúde, Fiocruz e World Mosquito Program (WMP).
Com o anúncio da ampliação, a partir do segundo semestre deste ano, o método passará a ser aplicado em uma área de abrangência que atenderá mais cerca de 150 mil pessoas. Com base em critérios técnicos, foram definidos os bairros Adhemar Garcia, Anita Garibaldi, Boehmerwald, Bucarein, Dona Francisca, Glória, Itinga, Jardim Paraíso, Nova Brasília, Distrito de Pirabeiraba, Profipo, Rio Bonito, Saguaçu, Santo Antônio e Vila Cubatão para receber a soltura dos Wolbitos.
Atualmente, uma área onde vivem cerca de 360 mil joinvilenses já é contemplada com o método no município. Ao todo, uma população de 510 mil pessoas será diretamente beneficiada com a técnica.
“Toda escolha de bairros ocorre pelo mapa de calor. A gente vê quais são os bairros com o maior número de casos e a partir dessa análise se escolhe esses bairros. No total, ficaremos com 32 bairros. O processo é o mesmo, tem que ter toda a caminhada de sensibilização e conversar com os Conselhos Locais de Saúde. A população tem que estar preparada” afirma a prefeita em exercício, Rejane Gambin.
Antes de começar a soltura, os profissionais vão fazer o trabalho de sensibilização e orientação nos bairros selecionados, explicando para a população como ocorre o trabalho, o que são os wolbitos e tirando dúvidas sobre o Método Wolbachia.
Até o fim de março, ocorre a finalização da primeira fase do projeto, em que 17 bairros de Joinville estão sendo contemplados com a soltura dos wolbitos. Essa soltura já ocorreu ao longo de 22 semanas, de segunda a sexta-feira. Em cada uma das semanas, são soltos, em média, 3,5 milhões de wolbitos.
Os 17 bairros contemplados na primeira etapa em Joinville são: Aventureiro, Boa Vista, Bom Retiro, Comasa, Costa e Silva, Espinheiros, Fátima, Floresta, Guanabara, Iririú, Itaum, João Costa, Morro do Meio, Paranaguamirim, Petrópolis, Ulysses Guimarães e Vila Nova.
Todo o trabalho é acompanhado por uma equipe treinada da Prefeitura de Joinville e pelos técnicos do WMP e da Fiocruz. Após um período de soltura, começou a coleta de ovos para identificar se havia a reprodução dos wolbitos com os mosquitos que já estavam em Joinville. Os números alcançados não são divulgados por integrarem relatórios técnicos de pesquisas científicas. Mas segundo os técnicos que têm acesso a esses dados, os wolbitos têm se estabelecido bem em Joinville.
Quando essa etapa de soltura dos wolbitos for finalizada, em março, a biofábrica ficará um período com os trabalhos de produção interrompidos. Isso faz parte da estratégia e planejamento da ação, já que nesse período, serão feitos os trabalhos de campo, com orientação da comunidade nos novos bairros contemplados pelo Método.
O local foi especialmente montado para servir como Biofábrica do Método Wolbachia e possui uma das estruturas mais modernas do Brasil, com equipamentos de ponta que auxiliam na produção necessária para atender a demanda de produção de mosquitos.
Durante a tarde, os técnicos do Ministério da Saúde, WMP e da Fiocruz receberam em Joinville, representantes dos municípios de Blumenau e Balneário Camboriú. Eles também serão contemplados com o Método Wolbachia e a produção dos Wolbitos deve ocorrer na Biofábrica em Joinville.
A estratégia do método contempla a introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. A Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos insetos, contribuindo para redução dessas doenças.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.
Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método auto sustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.
Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia do WMP, nem no mosquito nem na Wolbachia.
A implementação do Método Wolbachia em Joinville ocorre por meio de uma ação conjunta entre a Prefeitura de Joinville, Fiocruz, World Mosquito Program (WMP), Governo de Santa Catarina e Ministério da Saúde.
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