Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
Zé Trovão se manifesta após presidente da Câmara pedir o afastamento dele e mais 14 parlamentares: “foi uma manifestação pacífica”
Conselho de Ética da Casa terá de votar pedidos
O deputado Zé Trovão (PL) enviou uma nota ao jornal O Município Joinville na manhã deste sábado, 9, manifestando-se após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, encaminhar à Corregedoria da Casa pedidos de afastamento, por até seis meses, dele e de outros 14 parlamentares envolvidos na confusão no Congresso Nacional.
Entre os citados estão também as deputadas catarinenses Júlia Zanatta (PL) e Caroline de Toni (PL). A decisão foi tomada pela Mesa Diretora da Câmara durante reunião na tarde de sexta-feira, 8. Agora, as medidas serão analisadas e votadas pelo Conselho de Ética.
Em nota, o deputado disse que “está com o coração tranquilo e em paz”. Ele afirmou que “sabe pelo que luta”. Leia o restante:
“O que fizemos foi uma manifestação pacífica, por pautas legítimas como o fim do Foro Privilegiado, o impeachment de Alexandre de Moraes e a anistia aos perseguidos políticos do 8 de janeiro. Esses assuntos, queimam no coração do Brasileiro, que tomaram as ruas do Brasil no último final de semana, para apoiar essas pautas e pedir o impeachment de Alexandre de Moraes”.
Confusão
A maioria dos deputados citados são oposicionistas e, em maioria, do Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do Novo, e participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara, obstruindo a retomada dos trabalhos legislativos.
Já a deputada do PT é acusada de agredir o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
Os deputados citados são:
Marcos Pollon (PL-MS);
Zé Trovão (PL-SC);
Júlia Zanatta (PL-SC);
Marcel van Hattem (Novo-RS);
Paulo Bilynskyj (PL-SP);
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
Nikolas Ferreira (PL-MG);
Zucco (PL-RS);
Allan Garcês (PL-TO);
Caroline de Toni (PL-SC);
Marco Feliciano (PL-SP);
Bia Kicis (PL-DF);
Domingos Sávio (PL-MG);
Carlos Jordy (PL-RJ); e
Camila Jara (PT-MS).
“A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, informou em nota a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.
Após passarem pela corregedoria, onde as imagens serão analisadas, os processos voltarão à Mesa Diretora para, então, irem ao Conselho de Ética.
Acusações e defesas
Nesta manhã, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou à Mesa Diretora um ofício em que pedia a abertura de processo disciplinar e a suspensão cautelar de cinco parlamentares bolsonaristas. A suspensão de Camila Jara foi pedida por deputados oposicionistas.
Último a levantar-se da cadeira da Presidência da Câmara, Pollon é acusado de impedir a retomada dos trabalhos e de xingar Motta dias antes.
Em postagem nas redes sociais, Pollon alega ser “autista” e não entender o que estava acontecendo, sentando-se momentaneamente na cadeira de Motta para pedir conselhos a Van Hattem, que estava ao lado.
Zé Trovão, segundo o PT, o PSB e o PSOL, é acusado de tentar impedir fisicamente o retorno de Motta à Mesa Diretora.
Zanatta é acusada de usar a filha de quatro meses como “escudo”, além de colocar a bebê em ambiente de risco e de tensão.
Bilynskyj é acusado de “tomar de assalto e sequestrar” a Mesa Diretora do Plenário e de ocupar a Mesa da Comissão de Direitos Humanos, impedindo o presidente da comissão de exercer suas funções. O ofício também citou a agressão ao jornalista Guga Noblat, flagrada por câmeras.
Na sessão de quinta-feira, 7, Zé Trovão disse não ter incentivado a violência, apenas tentado impedir a retirada de parlamentares à força. Em postagem anterior, a parlamentar disse que parlamentares de esquerda “odeiam as mulheres e a maternidade”.
Van Hattem é acusado de tomar de assalto e “sequestrar” a cadeira da presidência. Van Hattem postou um trecho do Hino Nacional. Em vídeo anterior, disse que uma eventual suspensão do mandato pedida pelo PT seria golpe.
Os demais parlamentares do PL foram incluídos em uma representação individual do deputado João Daniel (PT-SE).
Em relação a Camila Jara, a parlamentar é acusada de empurrar Nikolas Ferreira durante uma discussão para a retomada do controle do plenário da Câmara.
A assessoria da deputada nega qualquer agressão e afirma ter havido um “empurra-empurra” em que a parlamentar afastou Nikolas, que teria se desequilibrado.
Com informações da Agência Brasil.