39º Festival de Dança de Joinville encerra com sucesso e já mira próxima edição; “Vai ser histórico”
Presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, avalia o evento
Presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, avalia o evento
Cerca de 10 mil bailarinos aproveitaram quase duas semanas do 39º Festival de Dança de Joinville, que encerrou no último sábado, 30. O Centreventos Cau Hansen recebeu aproximadamente 220 mil visitantes, vindos de mais de 23 estados do Brasil. Todos com um objetivo: viver a dança na capital dela, Joinville.
Nas palavras do presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, foi percebida uma “alegria que estava contida, uma vontade de estar em Joinville, de participar e dançar”. Segundo Ely, que preside o instituto desde 2007, a sensação sentida por jurados, organizadores e professores foi a melhor possível.
Para além do recorde de bailarinos inscritos, o 39º Festival de Dança de Joinville contou com eventos inéditos que marcaram a edição. Como é o caso do Festival 40+, que reuniu pessoas que começaram a dançar após a vida adulta.
“Tem vários grupos, alguns nem sabiam disso [do Festival +40], de outras cidades, sociedades, grupos de dança folclórica aí pelo Brasil, acredito que vai aumentar bastante a procura”, explica o presidente. Foram duas tardes de apresentações nesta edição, que deve ser ampliada para três em 2023.
“Agora o Festival passa a ser dos dez anos de idade, com o Meia Ponta, e vai até os 100”, brinca Ely.
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A participação nos worshops e aulas também impressionou a organização. A oferta superou 100 opções, com professores e estilos dos mais variados.
Para o presidente do instituto, um destaque positivo foi a volta do Reencontro das Ruas, com apresentações e competições no ginásio do Germano Tim, ao lado do Centreventos Cau Hansen. O evento contou com grafite, batalha de rimas e poesias, além do break dance olímpico, com a presença do Conselho Nacional de Dança Desportiva.
O terceiro K-Pop Joinville Festival também aconteceu junto ao festival de dança e aproximou os amantes da cultura, dança e música coreana. Outro evento que remete a uma cultura específica é o Major Ball, realizado no último dia do 39º Festival de Dança. A programação celebrou a cultura de Ballroom, tradicional dos movimentos LGBTQIA+ afro-americanos dos Estados Unidos na década de 20.
Outro amado do festival é o Dog Dance Day, que aproxima tutores, fornecedores e animais de estimação em duas tardes de evento, ao lado da feira da sapatilha.
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Nos últimos dias do Festival também aconteceu o Jam Session Tap, evento de improvisação de sapateado. Jam vem da expressão “Jazz After Midinight” (jazz depois da meia-noite) e tap vem de “tap dance” (sapateado, em inglês). Nesta celebração, os dançarinos fazem rodadas de sons feitos principalmente com os pés, de forma improvisada.
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Para somar a lista de atrações, a plataforma Fan Mix permitiu que pessoas das cidades da região, como Balneário Barra do Sul e Araquari, interagissem e assistissem ao festival de forma gratuita. Outra programação foi o aulão de dança na avenida Beira Rio, que se desmembrou no Momento Flash Back e na Noite do Passinho.
Quem não é profissional também participou do festival através das oficinas Dança para quem não dança, Mostra Dança para Todos, Oficina de Dança inclusiva e outros.
E não é só de movimento que vive o festival. O evento de palestras Dança: Histórias Incentivadoras (DHIX) contou histórias de pessoas inspiradoras do meio. Um dos destaques foi Vitória Bueno, bailarina que nasceu sem os braços e se apresentou pela primeira vez no festival.
Além dos que fazem magia nos palcos, o Instituto Festival de Dança conta com uma equipe fixa de 14 pessoas, que se dedicam durante o ano para organizar o evento. Próximo a data, outras 200 pessoas são incorporadas a equipe.
“Além disso, você tem toda uma cadeia de fornecedores, de limpeza, de som, de luz, de apoio aos palcos, fizemos as conta e passa de mil pessoas envolvidas diretamente no festival de dança”, revela. Isso fora quem trabalha na feira da sapatilha. Na avaliação do presidente, a quantidade de envolvidos é um pouco maior que os anos anteriores porque a feira foi maior e mais cursos foram oferecidos.
Outro destaque positivo é a temporada da hotelaria. Ely explica que a alta temporada do setor em Joinville é no período do festival. “Este foi o melhor dos últimos anos, a hotelaria ficou entre 95 e 100% de ocupação”, confirma o Viva Bem, Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville/SC e Região. Para a rede de hotéis da cidade, julho é tradicionalmente o melhor mês.
Cerca de 40% dos ingressos foram destinados à entrada social, ou seja, entrada gratuita para quem tem registro no Cadastro Único. “Diminuímos o número desses ingressos gratuitos para outras entidades, que era um movimento histórico, e aumentamos para essa questão do cadastro único”, explica o presidente do instituto. Ely reforça que muitas dessas instituições tem condições de fazer a compra do ingresso, por isso a decisão foi tomada.
“Claro que para entrar no Cadastro Único tem toda a dificuldade”, avalia, mas considera positiva a mudança. “O instituto ainda não tem os números, mas já adianta que muitas pessoas acessaram o festival pela primeira vez na vida, todas as noites teve a presença de quem acessou com ingresso social.”
Embora a equipe saiba da dificuldade de acesso, a opção do ingresso social foi ampliada para todos, seja de Joinville ou outras regiões.
A próxima edição do maior festival de dança do mundo já tem data marcada: 18 a 29 de julho de 2023. E deve ser ainda mais especial, já que marca os 40 anos do início do evento.
A expectativa para a 40ª edição pode ser alta. O evento começa a ser planejado ainda nesta semana. “A gente sempre procura fazer com que a edição do ano seguinte seja melhor do que o ano anterior. Isso é fundamental para você continuar tendo essa magia, essa vontade dos bailarinos participar, dos profissionais”, ressalta o presidente do instituto.
O presidente brinca que nunca foi tão questionado sobre uma edição como a que vai comemorar os 40 anos do festival, em 2023. “Vai ser um evento histórico”, adianta Ely.