Ácido sulfônico é perigoso? Especialista explica produto derramado na Serra Dona Francisca
Jornal O Município Joinville conversou com a especialista, doutora em química e professora da Unisociesc, Lucile Peruzzo
Jornal O Município Joinville conversou com a especialista, doutora em química e professora da Unisociesc, Lucile Peruzzo
Na manhã desta segunda-feira, 29, um caminhão carregado de ácido sulfônico tombou na Serra Dona Francisca (SC-418). O motorista está em estado estável, mas a situação ainda não está controlada por conta do produto que escorreu pelo rio, formando uma espuma espessa.
Para entender a gravidade do ocorrido, o jornal O Município Joinville conversou com a especialista, doutora em química e professora da Unisociesc, Lucile Peruzzo.
Ele é um ácido utilizado para limpeza. “Ele é um tensoativo, usado na fabricação de detergentes, líquidos, pós e pastosos. Ele também é um agente emulsionantes na produção de agrotóxicos. Ele também é utilizado como auxiliar em processos têxteis”, explica a professora.
A composição dele é um conjunto de ácidos orgânicos. “A composição química dele é ácido alquilbenzeno sulfônico”, conta ela.
O ácido sulfônico tem um aspecto viscoso, castanho escuro e odor de enxofre. “Ele é altamente solúvel em água e forma aquelas espumas que podem comprometer toda a vida aquática”, conta a professora.
Segundo a Prefeitura de Joinville, a substância que estava sendo transportada é Ácido Lineal Alquilbenceno Sulfônico (LAS), em concentração de 90%.
“Ele tem alguns perigos, pode ser corrosivo para metais, pode ser nocivo se ingerido, provoca irritação na pele, lesões oculares graves”, diz Lucile.
“Ele é bem toxico também para toda a vida aquática, é importante evitar a liberação para o meio ambiente”, complementa a especialista. Além disso, com contato direto, o ácido sulfônico pode causar vermelhidão, ressacamento na pele, falta de ar e dores de garganta.
Por volta das 10h desta segunda-feira, 29, a Prefeitura e a Companhia Águas de Joinville interromperam a captação da Estação de Tratamento de Água do Cubatão, responsável por aproximadamente 75% da água tratada na cidade. A medida foi necessária após um acidente com derramamento de produto químico na Serra Dona Francisca.
“O fechamento foi justamente para que a substância não entrasse no nosso sistema de tratamento, garantindo assim que toda a água já tratada possa ser consumida normalmente”, destaca o prefeito Adriano Silva.
O volume de água que ainda havia nos reservatórios foi praticamente todo consumido. Essa água é potável, em condições normais de consumo. Por este motivo, a água que estava armazenada nas caixas d’água das residências pode ser consumida.
A Companhia Águas de Joinville acompanha, por meio de análises laboratoriais, as condições da água que passa pelo Rio Cubatão, mesmo enquanto a captação permanece suspensa.
A substância é biodegradável em todo o processo de fabricação e produção, resultando em compostos que não são nocivos, como água, anidrido carbônico, sulfato sólido e biomassa. Sua taxa de biodegrabilidade é superior a 98%.
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