“Acima da expectativa”: cadeirante joinvilense que foi sozinho à Patagônia conta experiência e projeta próxima expedição
Alexandre César de Souza percorreu 11,5 mil quilômetros em 28 dias
Alexandre César de Souza percorreu 11,5 mil quilômetros em 28 dias
O cadeirante joinvilense Alexandre César de Souza percorreu 11,5 mil quilômetros em uma viagem de ida e volta para a Patagônia. Ele saiu de Joinville em 24 de setembro de 2022 e voltou em 22 de outubro. “Foi acima da expectativa”, conta o joinvilense.
Cinco meses após a viagem, Alexandre já começou a projetar a próxima expedição. Ele planeja visitar o Deserto de Atacama, no Chile.
A expedição para a Patagônia foi acima das expectativas de Alexandre. “Eu fiquei maravilhado”, afirma.
Ele fez a viagem em menos tempo do que planejou. O carro utilizado pelo joinvilense é um Accord 2006. O veículo tem câmbio automático e uma adaptação para o freio e acelerador.
Durante a fase de preparação da expedição, o joinvilense esperava passar mais de 30 dias na estrada dirigindo sozinho. Em alguns dias da viagem, ele precisou dirigir por 12 horas e só parou para abastecer o carro.
Para Alexandre, um dos momentos mais emocionantes foi quando avistou a placa de bem-vindo ao Ushuaia. A cidade turística na Argentina, localizada no arquipélago da Terra do Fogo, era o último ponto da Expedição Patagônia.
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Ainda no Ushuaia, o joinvilense viu neve pela primeira vez na vida. “Não esperava e no Ushuaia tive um dia inteiro de neve. Quando acordei o carro estava completamente branco”, relembra.
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Outro momento que deixou o joinvilense maravilhado foi a região da Estrada dos Sete Lagos, entre San Martín de los Andes e Villa La Angostura, na Argentina.
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Alexandre também dirigiu por muitos quilômetros em meio ao deserto. “Lógico que a gente tem os medos e preocupações, mas você tem que agir e não deixar o medo te bloquear”, comenta.
Ele relembra também que encontrou brasileiros pelo caminho. “Chamaram de maluco”, brinca. Com um grupo de motociclistas, trocou informações sobre as rodovias.
Para a viagem, o joinvilense levou dois celulares, uma câmera veicular e um drone. O drone seria usado para gravar imagens das paisagens, porém ele usou pouco devido ao forte vento. O vento era tanto que mesmo em retas o carro de Alexandre balançava.
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Mesmo com a dificuldade pelo idioma, o joinvilense avalia que os argentinos foram muito solícitos com ele. “Sei bem pouco do espanhol, como estava em região turística eles estão acostumados com brasileiros”, conta. “Até o terceiro dia era uma coisa que me preocupava”, completa.
Em três ocasiões, Alexandre chegou em hotéis que não tinham acessibilidade — em San Martín de los Andes, El Calafate e Ushuaia. Porém, ele relembra que nas três vezes as recepcionistas o auxiliaram a encontrar outro hotel e até mesmo a reservar um quarto.
Apesar do planejamento prévio para encontrar locais com acessibilidade, o joinvilense conta que teve alguns perrengues. “Em alguns hotéis a cadeira mal passava na porta do quarto”, relembra.
Em três hotéis, o joinvilense não conseguiu usar o banheiro do quarto. Ele conta que as portas eram pequenas.
Antes da viagem, um amigo de Alexandre instalou um suporte no carro que transforma o banco do passageiro em uma cama de 1,9 metro. Porém, ele não precisou usar o suporte.
No único perrengue que não envolve acessibilidade, Alexandre teve problemas com uma documentação ao tentar cruzar uma fronteira entre Argentina e Chile. Ele precisava entregar um documento a um agente. Porém, não estava mais com o papel.
O oficial não queria permitir a passagem do joinvilense. Ele alegava que a ausência do documento poderia se caracterizar como contrabando de carro.
Após 20 minutos de conversa, Alexandre conseguiu convencer o agente a deixar ele seguir viagem. Ele lembra que argumentou que não faria sentido contrabandear um veículo com toda a documentação em seu nome.
Alexandre já começou a planejar a próxima expedição. Datas e rotas ainda não estão 100% definidas, mas o destino será o Deserto de Atacama, no Chile.
O joinvilense tem um amigo, também cadeirante, que foi para o Atacama em um triciclo motorizado. “A gente troca experiência”, conta.
A ideia inicial de Alexandre é ir até o Oceano Pacífico, “cortando” a América do Sul. Outro destino que também é certo é Salar de Uyuni, na Bolívia.
Desta vez, o trajeto será menor, cerca de 6,7 mil quilômetros. Porém, ele planeja passar mais tempo em cada país.
Neste primeiro momento, o joinvilense ainda está em fase de elaboração do roteiro. Assim, ele ainda procura por parcerias que possibilitem a realização da expedição.
Na Expedição Patagônia, Alexandre fechou parcerias, mas também usou dinheiro do próprio bolso. Desta vez, ele planeja que o projeto seja concretizado totalmente com parcerias.
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