Câmara de Joinville anuncia cortes de gastos e estima economizar R$ 1,1 milhão por ano
Legislativo cortou diárias, aluguel de um carro, uso de celular pelos vereadores, verba de gabinete, entre outros
A mesa diretora da Câmara de Joinville anunciou nesta terça-feira, 2, um pacote de cortes de gastos financeiros na Casa. A estimativa é de que as medidas gerem uma economia de aproximadamente R$ 1,1 milhão.
O anuncio foi feito durante uma coletiva de imprensa. Estiveram presentes na apresentação do planejamento o presidente do legislativo Maurício Peixer (PL), Tânia Larson (PSL) e Érico Vinicius (Novo).
Um dos cortes que já foi colocado em prática é relacionado as diárias. A partir de agora, caso algum parlamentar precise viajar, a Câmara irá custear apenas o transporte, enquanto estadia e demais necessidades serão responsabilidade do vereador. Estimasse que o legislativo consiga economizar aproximadamente R$ 1 milhão por ano.
“Na última eleição, isso impactou na visão da sociedade. A Câmara está sendo vista com descredibilidade”, afirma o presidente do legislativo. “É uma nova forma de trabalhar e respeitar o dinheiro público”, enfatiza Vinicius.
O corte nas diárias impacta somente os parlamentares, destaca o presidente. No caso dos servidores que precisem se deslocar para cursos e treinamentos, por exemplo, ainda será realizado um novo plano. A ideia inicial é trazer essas oficinas para Joinville e, consequentemente, evitar gastos com estadias.
A partir desta semana, também será eliminada a verba de gabinete. São repassados cerca de R$ 3 mil por vereador, para que sejam usados de diversas formas como, por exemplo, despesas. Com o corte, serão economizados R$ 684 mil por ano.
Outra mudança foi no uso de celulares. A partir de agora, os próprios vereadores irão arcar com custos na compra de telefones e planos de telefonia.
O aluguel de carros dentro da Câmara também foi incluso nos cortes. Um veículo deixou de ser alugado, o que deve gerar uma economia R$ 27.504 por ano.
Uma medida que ainda será adotada é redução total no consumo de papel. Peixer afirma que a Câmara vai se tornar totalmente digital. A impressão de páginas gera um gasto aproximadamente R$ 7.400 por mês.
As mudanças foram motivadas pela imagem desgastada da Câmara frente a população, afirma Peixer. Agora, os vereadores querem melhorar o diálogo com a comunidade e fazer uma gestão mais eficiente neste quatro anos de mandato.
Melhorias internas
A mesa diretora explica que, neste primeiro ano, as economias serão destinadas à melhorias internas da Casa. Entre elas está a mudança na Internet, ferramenta indispensável para o trabalho, afirmam os diretores. “Se ficar como está, não teremos mais transmissões. Já foram feitas melhorias, mas ela está sucateada”, conta Peixer.
A acessibilidade também está na pauta das melhorias. Tânia relata que, por exemplo, os pisos do segundo andar do prédio estão quebrados, o que dificulta a passagem de pessoas com a mobilidade reduzida. Por isso, irão investir na reforma do local e inserir piso tátil, além de fazer melhorias nos banheiros e elevador.
O cálculo do valor a ser investido na parte de acessibilidade ainda está sendo realizado, por conta das diferentes obras. No caso da melhoria na Internet, o custo ficará entre 200 a 300 mil, aproximadamente.
A Câmara também alterou o tempo de sessão. Foram acrescentados 30 minutos no tempo total. O objetivo é tornar a discussão mais ampla, já que, atualmente, há representantes de 14 partidos na Casa. E, ainda, a redução do recesso de fim de ano, que será de 31 dias a partir do próximo ano.
Destino do corte de gastos
Peixer explica que, neste primeiro ano, o valor economizado será usado nas melhorias internas dentro da Câmara. Posteriormente, os vereadores planejam criar uma emenda impositiva para que o dinheiro possa ser dividido entre os parlamentares que irão aplicá-lo em seus bairros.
Já o dinheiro que for não utilizado pelo legislativo deve retornar para a prefeitura, conforme a lei, que decide onde o recurso será aplicado na cidade.
O problema é que, anteriormente, aponta Tânia, os vereadores não sabiam para onde ia esta quantia que retornava para a prefeitura, onde ela estava sendo aplicada. Agora, a proposta é solicitar uma prestação de contas, para que possam conferir se o valor foi bem aplicado.
Diálogo com a comunidade e o executivo
Além de melhorar a imagem da Câmara, as mudanças que estão sendo propostas no legislativo buscam também uma proximidade com os moradores de Joinville, conta o presidente.
Uma das medidas adotadas foi a “Câmara na Palma da Mão”, onde a população pode receber por mensagens de WhatsApp as notícias do legislativo. Para participar, basta enviar #cvj para o telefone (47) 98873-7517. É necessário salvar o número nos contatos do celular.
Outra demanda vinda da comunidade, conta Peixer, foi a CPI do Rio Mathias, iniciada nesta semana. Assim como a melhoria na iluminação pública, desburocratização de alvarás e operações tapa-buraco, já iniciadas pela Prefeitura de Joinville. “Nós queremos estar perto, ajudar e participar”, afirma Peixer.
Segundo o presidente, diferente da legislatura anterior, a Câmara não quer estar atrelada ao executivo, mas atuar de forma próxima. “Trabalhar perto do executivo e da comunidade para fazer as melhorias que a comunidade quer”, defende.
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