Conheça funcionário mais antigo em atuação na Companhia Águas de Joinville

Há 17 anos, Pedro Alacon é engenheiro sanitarista na empresa municipal

Conheça funcionário mais antigo em atuação na Companhia Águas de Joinville

Há 17 anos, Pedro Alacon é engenheiro sanitarista na empresa municipal

Fernanda Silva

Desde que começou a operar, em agosto de 2005, a Companhia Águas de Joinville viu passar por entre seus corredores milhares de funcionários, sendo eles concursados ou temporários. O primeiro deles foi o engenheiro sanitarista de 60 anos Pedro Alacon, que há 17 anos trabalha no local.

“Ajudei a construir a companhia, desde lá no começo”, lembra com orgulho. Alacon tinha 43 anos quando foi contratado para trabalhar na companhia, sendo o primeiro a ter a carteira assinada com o nome da empresa.

Paulistano, veio a Joinville um mês após concluir o curso de engenharia ambiental e sanitária que fez na Universidade Federal de Santa Catarina (USFC), em Florianópolis. Mas, foi na maior cidade do estado que conseguiu seu primeiro emprego depois de formado, quando foi contratado pela Prefeitura de Joinville. Desde então, não deixou mais a profissão.

Alacon trabalhou na prefeitura de 1985 a 1994. Na época também montou o próprio escritório e deu aulas, até que foi chamado para a companhia em 2005, onde segue trabalhando há 17 anos, sempre na área da engenheira sanitária.

Mas, seguir a profissão nem sempre foi o sonho do paulistano. Antes de vir para Santa Catarina, Alacon atuou em uma escola na cidade natal, em São Paulo, e foi lá, por volta dos 17 anos, que decidiu tornar-se engenheiro.

Fernanda Silva/O Município Joinville

A escolha da profissão

Na época, Alacon trabalhava no setor de vestibular e, meio sem querer, viu surgir na cabeça a ideia de cursar engenharia ambiental e sanitária, quando ele e um amigo olhavam o panfleto de uma universidade privada, que oferecia cursos de engenharia. Entre as diversas áreas, como a engenharia civil e produção, escolheu a que achava menos tradicional, optando então pela sanitária e ambiental.

Dali em diante, ele e o amigo começaram a fazer um curso pré-vestibular com o objetivo de serem aprovados em uma universidade pública. Na época, cerca de seis unidades escolares ofertavam o curso. O salário que tinha na escola servia para pagar o curso preparatório.

Depois de meses estudando, Alacon viu seu nome entre os aprovados para o curso da UFSC. Animados, ele e mais cinco amigos se mudaram do estado de São Paulo para Santa Catarina em busca do futuro.

Após a graduação, Alacon ficou apenas um mês desempregado. “Vi que a Prefeitura de Joinville começou a contratar muitos técnicos, então vim pra cá”, lembra. Assim começou a carreira de Alacon, que nunca mais deixou a cidade.

Saneamento básico

Em sua trajetória na companhia, Alacon atuou em vários cargos como diretor de Operações e engenheiro sanitarista. Atualmente, trabalha com a avaliação de projetos sanitários de futuras grandes construções, como empreendimentos, fábricas, shoppings e loteamentos. Para Alacon, este é um trabalho essencial, pois visa a saúde pública e ambiental.

Nestes 17 anos, o que mais se orgulha é ter participado do avanço da cobertura da rede de esgoto, que passou de 15% para 40,9% desde 2005. Alacon afirma que os benefícios da ampliação da rede sanitária dos últimos anos já é visível na cidade. Como exemplo, citou o rio Cachoeira.

Ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Jarivatuba | Foto: Divulgação

“Quando vim pra Joinville, o Cachoeira cheirava, amanhecia verde, ficava vermelho ou azul, porque recebia muito esgoto têxtil. Tinha uma grande mortalidade dos peixes”, recorda. “Hoje, existe vida no rio, tem peixes, capivaras, tem qualidade pelo crescimento [da rede de esgoto].”

Assim como é motivo de orgulho, a ampliação do esgotamento sanitário também é encarada como um desafio, pontua Alacon. O objetivo da companhia é universalizar o serviço, ou seja, atender 90% da cidade. “Precisa de projetos de engenharia, grande vontade de fazer e muito dinheiro”, afirma. Por isso, explica que este é um trabalho feito ao longo dos anos. A médio e curto prazo, há outras atividades que também desenvolve.

Marcado na memória

Entre estas tarefas cotidianas, que precisam ser resolvidas com maior urgência e rapidez, estão, por exemplo, os consertos na rede de água e esgoto. Um caso que marcou a memória de Alacon foi o episódio em que duas adutoras da região do Rio Lindo romperam simultaneamente. “Imagina, 70% da água que abastece a cidade jorrando”, lembra.

Alacon conta que nem a equipe conseguiu chegar no local com facilidade. Após alcançar o trecho de manutenção, os funcionários ainda precisaram produzir peças em meio a água que jorrava por todos os lados. “Não tiveram nem tempo para pensar, fizeram peças ali mesmo. Uma equipe que consegue resolver tudo”, afirma.

Outro episódio, que ficou marcado na memória pela utilização de uma tecnologia que inovou, foi quando a companhia precisou fazer uma substituição na tubulação de esgoto da rua 9 de março. “Causou o mínimo de problema na rua”, conta.

Ali, utilizaram uma nova tecnologia, um processo não destrutivo para que o asfalto da via não precisasse ser completamente quebrado e um buraco aberto. Para isso, precisavam encontrar um tubo com diâmetro suficiente para que uma ferramenta entrasse na tubulação, quebrasse os demais tubos e os puxasse para a superfície. Depois de planejada, a obra foi executada com sucesso, o que foi comemorado.

Futuro

Agora com 60 anos, ainda falta dois anos para que Alacon se aposente. No momento, não pensa nisso. “Não quero parar de trabalhar”, diz. Um dia, até pode vir a se aposentar da empresa, mas não do trabalho, afirma. “Quero continuar contribuindo”. Mas, pensar nisso não é o foco agora. Por enquanto, segue nos corredores da Companhia Águas de Joinville, dividindo com os colegas a aprendizagem destes 17 anos e aprendendo com eles também.

Fernanda Silva/O Município Joinville
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