Delegado explica operação que investiga fraude em licitações de Joinville

Operação “Concreto” foi deflagrada nesta quarta-feira

Delegado explica operação que investiga fraude em licitações de Joinville

Operação “Concreto” foi deflagrada nesta quarta-feira

Isabel Lima

O delegado Pedro Alves, responsável pela 3ª Delegacia de Polícia Especializada no Combate à Corrupção (Decor), explicou em coletiva de imprensa a operação “Concreto”, que investiga fraudes em licitações em Joinville. A operação foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, 1º.

A Polícia Civil apreendeu mais de R$ 10 mil em espécie e três armas em busca domiciliar nas cidades de Joinville, Garuva e Blumenau. Nos sete locais alvos da operação, foram encontrados celulares e vasta documentação.

Polícia Civil / Divulgação

Na coletiva de imprensa, o delegado esclareceu que o grupo criminoso é composto por empresários do ramo da construção civil e transporte. De acordo com Pedro, essas pessoas seriam da mesma família ou com envolvimento familiar.

A operação já identificou potencial prática de crimes de organização criminosa, falsificação de documento particular, frustração do caráter competitivo de licitação e lavagem de dinheiro.

A investigação 

Conforme explicou o delegado responsável pelo caso, a investigação começou a partir de uma denúncia feita por uma pessoa física ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), por meio da 13ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville. O MP-SC constatou a fraude e barrou a concretização da licitação.

A licitação denunciada ocorreu em 2022. Segundo a investigação, caso o grupo criminoso tivesse sucedido na licitação denunciada ao MP, teriam faturado R$ 1.135.500. A partir dos materiais coletados, a Decor vai analisar e investigar possíveis fraudes concluídas pelo núcleo em Joinville.

“Potencialmente foram alguns anos no município de Joinville”, revela Pedro. Ele conta que esses casos costumam ocorrer durante anos antes de serem descobertos. O delegado explica que uso de documentação falsa e trocas no quadro societário da empresa de forma irregular podem agravar a dificuldade para identificar fraudes.

Pedro reforça que as fraudes, além de ilegais, atrapalham que outras empresas participem dos processos de licitação. O que prejudica a população, cidade e o caráter competitivo dos editais de obras públicas.

“Com relação à Prefeitura de Joinville, não houve participação de nenhum agente público até então”, acrescenta. Segundo Pedro, a gestão municipal seria a vítima do grupo criminoso. A reportagem do jornal O Município Joinville entrou em contato a prefeitura, que afirmou que não vai se manifestar sobre o caso.

A ação criminosa pode ter ocorrido em outras cidades do estado, mas, por enquanto, não há indícios dessa atuação.

Operação conjunta

No total, aproximadamente 23 policiais participaram da operação desta quarta-feira. Prestaram apoio operacional aos trabalhos policiais:

  • Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro;
  • Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção
  • 13ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville;
  • 4ª DECOR de Blumenau;
  • Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Joinville;
  • Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Joinville;
  • 2ª Delegacia Regional de Polícia de Joinville;
  • Central de Plantão Policial de Joinville;
  • Delegacia de Polícia da Comarca de Araquari.
Polícia Civil/Divulgação

Decor de Joinville

Esta foi a primeira operação da Decor de Joinville, que foi inaugurada em novembro do ano passado e tem como finalidade combater a corrupção e investigar crimes praticados contra o patrimônio da Administração Pública.

A delegacia especializada tem por atribuição prevenir e reprimir crimes de corrupção contra os patrimônios do estado e dos municípios catarinenses localizados no litoral norte.

3ª Decor
Isabel Lima / O Município Joinville

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