Dengue A, B, C ou D: entenda a diferença entre cada uma

Pacientes podem apresentar estado de alerta ou choque, o que pode acelerar o diagnóstico

Dengue A, B, C ou D: entenda a diferença entre cada uma

Pacientes podem apresentar estado de alerta ou choque, o que pode acelerar o diagnóstico

Isabel Lima

A epidemia da dengue atingiu um marco histórico em Joinville no mês de abril, quando 20 mortes pela doença foram confirmadas apenas em 2024. Para entender os sintomas da dengue, o estado de alerta e de choque, além das variações entre a dengue A, B, C ou D, o Ministério da Saúde desenvolveu um material explicativo.

Para uma paciente ter suspeita de dengue, é comum apresentar febre e pelo menos mais dois sintomas como:

  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • dor retroorbitária (dor no peito);
  • exantema (erupção geralmente avermelhada na pele);
  • prostração (cansaço intenso);
  • mialgia (dor muscular);
  • artralgia (dor nas articulações).

Alerta ou choque

Após identificar a suspeita da dengue, o próximo passo é entender se o paciente está em ALERTA ou CHOQUE. A maioria dos sinais precisa de um profissional da saúde para identificá-los.

Sinais de alerta

  • Sonolência e/ou irritabilidade;
  • diminuição da diurese;
  • hipotermia;
  • aumento repentino do hematócrito (hemácias no sangue);
  • queda abrupta de plaquetas;
  • desconforto respiratório;
  • hipotensão postural e/ou lipotimia (queda de pressão);
  • hepatomegalia dolorosa (aumento do lobo direito do fígado);
  • sangramento de mucosas;
  • hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena);
  • vômitos persistentes;
  • dor abdominal intensa e contínua.

Sinais de choque

  • Pulso rápido e fino;
  • pressão arterial convergente (PA diferencial < 20 mmHg);
  • enchimento capilar lento (> 2 segundos);
  • hipotensão arterial (pressão baixa);
  • choque

Dengue A e B

Caso o paciente não apresente os sinais de alerta ou choque, é possível que ele tenha dengue A ou B.

Dengue A

  • Sem sangramento espontâneo ou induzido (prova do laço negativa);
  • sem sinais de alarme;
  • sem condição especial;
  • sem risco social;
  • sem comorbidades.

Neste caso, a orientação médica é iniciar hidratação intensa e contínua. O tratamento também pode ter uso de antitérmicos e analgésicos, sob prescrição médica.

Na dengue A, os sinais de alarme e o agravamento do quadro costumam ocorrer na fase de remissão da febre, sete dias após o contágio. Neste caso, o paciente deve voltar ao posto de saúde, pronto atendimento ou hospital.

Dengue B

  • Com sangramento de pele espontâneo ou induzido (prova do laço +);
  • ou condição clínica especial;
  • ou risco social;
  • ou comorbidades;
  • sem sinal de alarme.

Nesses casos, a orientação é iniciar hidratação intensa e contínua. Além disso, um exame de sangue completo precisa ser realizado. Até o resultado do exame, o paciente deve ser tratado como se tivesse dengue A.

Caso os exames demonstrem que a quantidade de hemácias no sangue está normal, o paciente pode continuar com o tratamento da dengue A. Entretanto, se for identificado um aumento das hemácias, o paciente precisa ficar em observação constante, com a administração de hidratação intravenosa e oral por, pelo menos, 4 horas.

Após o tratamento, o paciente deve passar por uma nova bateria de exames. Caso não haja um novo aumento das hemácias, a hidratação e o tratamento podem continuar em casa. Se o paciente apresentar um novo aumento, ele passa a ser tratado com o protocolo da dengue C.

Dengue C e D

No caso da dengue C e D, o paciente tem que apresentar sinais de alarme ou choque.

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Dengue C

  • Presença de algum sinal de alarme;
  • manifestação hemorrágica presente ou ausente.

Neste caso, a hidratação oral intensa deve ser iniciada e o paciente precisa ficar internado por, pelo menos, 48 horas. Além disso, os seguintes exames devem ser realizados:

  • hemograma completo, proteína, albumina e tipagem sanguínea; exame específico (sorologia/isolamento viral);
  • e, caso necessário, gasometria, eletrólitos, transaminases, raio-x de tórax, ultrassonografia.

A cada duas horas o paciente deve ser reavaliado pela equipe médica. Após o período mínimo, o paciente deve melhorar e continuar sendo observado e medicado pelo centro médico. Para receber alta, o sangue deve ter estabilizado, não apresentar febre por 48 horas, melhora visível, plaquetas em elevação e ausência de sintomas respiratórios.

Neste caso, o paciente pode ir para casa e continuar os tratamentos no protocolo da dengue B. Caso o paciente não apresente melhora, ele pode passar a ser tratado como dengue D.

Dengue D

  • Com sinais de choque;
  • desconforto respiratório;
  • hemorragia grave;
  • disfunção grave de órgãos;
  • manifestação hemorrágica presente ou ausente.

O paciente que apresentar os sintomas da dengue D vai direto para um leito de terapia intensiva, onde vai passar pelos mesmos exames do tipo C. Neste caso, a equipe médica faz uma reavaliação do quadro clínico a cada 15/20 minutos e os exames de sangue são repetidos a cada duas horas.

Caso melhore, o paciente passa a ser tratado como dengue tipo C. Mas se o corpo não responder de forma adequada, os médicos passam a investigar com mais detalhamento a condição sanguínea do paciente e aplicam tratamentos de acordo com o estágio da doença.


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