Entenda como funcionava esquema de fraude no Detran em Joinville

Coletiva de imprensa aconteceu às 12h desta quinta-feira

Entenda como funcionava esquema de fraude no Detran em Joinville

Coletiva de imprensa aconteceu às 12h desta quinta-feira

Brenda Pereira

A Polícia Civil esclareceu em coletiva de imprensa como funcionava o esquema de fraude no Detran em Joinville. A operação Profusão foi realizada na manhã desta quinta-feira, 30, pela 3ª Delegacia de Combate à Corrupção (3ª Decor). Três pessoas foram presas, sendo dois envolvidos no esquema fraudulento e o vereador Mauricinho Soares (MDB). Ele é investigado pela polícia, mas foi preso por posse ilegal de arma de fogo.

O vereador Mauricinho também foi alvo da operação Lajotas, realizada pelo Gaeco, que investiga supostos crimes na realização da pavimentação comunitária, na qual o vereador Claudio Aragão também é investigado. Eles ainda não se manifestaram sobre o caso.

Prisão em flagrante

Mauricinho foi preso em flagrante porque durante a operação a polícia encontrou uma arma de calibre 38 em uma bolsa no quarto dele. Ele relatou que ganhou a arma de uma pessoa próxima há cerca de 20 anos, para defesa pessoal. A arma não tinha numeração raspada.
Entretanto, segundo a polícia, ele também vai responder por falsidade ideológica e organização criminosa.

Operação Profusão

Conforme o delegado regional de Joinville, Rafaello Ross, a operação Profusão apura um esquema criminoso que retirava a suspensão de carteiras de habilitação de condutores.

Dois mandados de prisão foram cumpridos contra dois envolvidos no esquema. Um deles era servidor terceirizado da Ciretran e outro era o funcionário de um despachante.

Segundo Ross, os condutores eram beneficiados pelo esquema fraudulento de acesso ao sistema do Detran, que desbloqueava a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) antes do prazo. Em alguns casos, conforme a polícia, quando a pessoa era de outro estado, eram inseridos dados falsos para fazer a liberação.

Como a polícia chegou ao esquema

Ross explica que começaram a suspeitar do esquema criminoso ao analisarem, ainda na esfera administrativa, que foram feitos cerca de 60 processos fraudulentos em um curto espaço de tempo, em aproximadamente três meses, e que todos os condutores estavam sendo beneficiados de alguma forma com o desbloqueio irregular.

As informações foram levantadas e levadas à 3ª Decor para investigação no âmbito criminal.

O delegado Pedro Alves, titular da 3ª Decor, conta que o esquema funcionava por meio da atuação de agentes públicos e particulares, principalmente ligados à despachantes.

O vereador Mauricinho estaria ligado ao esquema por ser amigo desse servidor terceirizado. Segundo o delegado Ross, ele utilizava a popularidade para captar interessados pelo serviço. “Isso era utilizado de modo a dar credibilidade à informação repassada”, afirma Ross. “Pensa-se que é um vereador e em tese tem algum poder. Então confia para que eu possa passar esse tipo de informação e solicitar esse tipo de serviço por meio dele”, complementa o delegado.

Senha roubada

De acordo com Ross, o servidor terceirizado roubou a senha de um colega para acessar o sistema e cometer as fraudes. O colega, para facilitar o dia a dia no trabalho, tinha ativado a sincronização de senha. Dessa forma, o servidor teve acesso ao computador e copiou a senha. “A partir disso, fez acesso ao sistema do Detran, com sentimento de impunidade, imaginando que a identificação ia recair no colega e não nele”, diz o delegado.

No entanto, no avanço das investigações, a polícia descobriu que a senha havia sido roubada e que o colega não tinha relação com o esquema criminoso.

Mandados de busca e apreensão

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em residências e órgãos públicos, incluindo o setor de CNH na Ciretran e a Câmara de Vereadores. Um mandado também foi cumprido em Araquari, onde mora um dos investigados. Dois despachantes de Joinville suspeitos de envolvimento tiveram as atividades suspensas.

Ross explica que cada caso de desbloqueio de CNH terá que ser analisado individualmente, para descobrir o que motivou a busca pelo serviço. São cerca de 100. Quem pagou pelo serviço pode ser indiciado por corrupção ativa.

As investigações vão seguir com a análise do material apreendido, sendo documentos e equipamentos, além da oitiva dos envolvidos.

*Colaborou Fred Romano


Assista agora mesmo!

Fotos até em velório? No Bar da Zenaide, fotógrafo conta histórias inusitadas de trabalhos já feitos:

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo