Entenda o que é pobreza menstrual e como afeta a população de Joinville

Mulheres tem trabalhado no combate à pobreza menstrual por meio de projetos sociais e de políticas públicas

Entenda o que é pobreza menstrual e como afeta a população de Joinville

Mulheres tem trabalhado no combate à pobreza menstrual por meio de projetos sociais e de políticas públicas

Fernanda Silva

Milhares de joinvilenses têm o direito à saúde menstrual negado por conta da pobreza. Com uma renda mensal de até R$ 90, mais de 8 mil famílias de Joinville precisam dividir este valor entre pagar as contas, comprar comida e itens básicos de higiene.

“Neste sentido, os itens de higiene, incluindo o absorvente, com certeza não estão entre os itens essenciais na lista de compras destas famílias”, destaca a vereadora Ana Lucia Martins (PT). Segundo dados do governo federal, há mais de 31 mil famílias de Joinville em vulnerabilidade, inscritas no Cadastro Único.

Comunidade visitada pelo projeto Tá de Vermelho | Foto: Victória Nascimento/Divulgação

A falta de acesso à informação e aos produtos de higiene levam às pessoas a terem algum problema de saúde ou, ainda, limitações nas atividades do dia a dia. 

“Os depoimentos que nós temos é de que meninas deixam de frequentar a escola quando estão menstruadas, justamente por não ter condições de manter a sua higiene pessoal durante esse período. Algumas professoras já compartilharam conosco que elas sempre procuram ter absorventes na escola para distribuir, caso alguma aluna necessite”, conta a vereadora Ana Lúcia.

Projeto social

Fundadora do projeto Tá de Vermelho, Rubia Pereira de Souza conta que as mulheres ainda têm diversas dúvidas relacionadas ao período menstrual e que cultivam mitos e crenças errôneas sobre o assunto. “Muitas não entendem o que é, como funciona um ciclo menstrual, por exemplo” comenta. 

Para combater o problema, projetos sociais e de políticas públicas estão sendo movimentados em Joinville. Ana Lucia protocolou o projeto de lei 99/2021 para que o município trabalhe para erradicar a pobreza menstrual oferecendo acesso à informação sobre saúde menstrual e produtos de higiene.

O projeto ainda está em tramitação e, se aprovado, deverá passar por sanção da prefeitura. Enquanto isso, grupos voluntários trabalham para levar o tema às comunidades carentes da cidade, como o Tá de Vermelho, que recebe doações para a entrega de kits de higiene íntima para mulheres.

Victória Nascimento/Divulgação

O kit entregue inclui 25 absorventes diurnos, cinco absorventes noturnos, um pacote de lenços umedecidos, um rolo de papel higiênico, uma escova de dente e creme dental. Uma pesquisa realizada pelas voluntárias apontou que a média de custo de um kit como este é de R$36,00.

A entrega dos itens é acompanhada por troca de conversas e informações. Na primeira ação de distribuição, realizada em setembro, foram entregues cerca de 43 kits de higiene íntima. Na atividade, as voluntárias, uma psicóloga e enfermeira também participaram da roda de conversa com as mulheres da comunidade. 

Neste momento estamos estruturando o Tá de Vermelho para ser um projeto de transformação dentro da comunidade do Juquiá, atuando não só no combate a pobreza menstrual, mas também na educação das mulheres”, conta Rubia.

Rosa de conversa com moradoras do Ulysses Guimarães | Foto: Victória Nascimento/Divulgação

O projeto conta com doações via depósito e transferência, além de receber doação de materiais em cinco pontos de coleta distribuídos na cidade. Rubia conta também que, além de pessoas físicas, empresas têm se unido à pauta.

“A Global Estratégias Financeiras e Effecti Tecnologia para Licitantes foram parceiras do projeto e arrecadaram em torno de 1.350 absorventes”, conta a voluntária.

As doações em valor são feitas na chave pix [email protected]. A conta é administrada pela fundadora Rubia. Todas as doações via pix podem ser acompanhadas por uma planilha disponível para consulta pública. Mais informações estão disponíveis no Instagram do projeto.

Pontos de coleta de itens:

– Doce Beijo Moda Infanto Juvenil: rua Otto Pfuetzenreuter, 470, sala 1, Costa e Silva;
– Loja Lez a Lez, rua Lages 480, Centro;
– Imobiliária Passoni, rua Doutor Plácido olímpico de Oliveira, 843, Bucarein, em frente a Delegacia da Mulher;
– Clínica Personalitte, rua professora Laura Andrade, 72, Centro;
– Eu desapeguei, rua Eugênio Moreira, 424, sala 402, Anita Garibaldi.

Tá de Vermelho/Divulgação

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