Homem que matou ex-mulher em Joinville vai a júri popular

Julgamento ocorrerá em abril de 2025

Homem que matou ex-mulher em Joinville vai a júri popular

Julgamento ocorrerá em abril de 2025

Lara Donnola

O homem acusado de cometer um feminicídio em Joinville, contra Barbra Amorim Lacerda, de 32 anos, vai a júri popular em 7 de abril de 2025. Ele permanece preso preventivamente no Presídio Regional de Joinville, desde 17 de maio de 2024.

O crime ocorreu em outubro de 2021 e a prisão preventiva do acusado foi decretada em 10 de novembro do mesmo ano. Desde a data do crime, a Delegacia de Homicídios (DH) deu início às investigações para capturar o suspeito, que estava foragido.

Informações coletadas indicavam que ele se encontrava na região da tríplice fronteira, no Paraná. Em 27 de fevereiro de 2023, o homem foi preso pela Interpol no Paraguai por suposto crime de violência familiar.

O cumprimento do mandado de prisão referente ao feminicídio ocorrido em Joinville foi realizado somente em 4 de abril de 2024.

O crime

Barbra estava no trabalho, em uma oficina mecânica localizada na rua Grão Pará, bairro Itaum, quando foi atingida por tiros no dia 26 de outubro de 2021. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A vítima já tinha uma medida protetiva contra o ex-marido.

O homem foi denunciado por homicídio triplamente qualificado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). A primeira e principal qualificação é feminicídio, quando é motivado pelo gênero. As outras duas qualificadoras são causas de aumento de pena. Uma por motivo torpe, já que ele teria assassinado Barbra por não aceitar o fim do relacionamento. A terceira causa é de perigo comum, já que ele colocou outras pessoas em risco ao efetuar os disparos.

A vítima

Barbra Amorim Lacerda, de 32 anos, era uma mãe maravilhosa e uma mulher de coração bom. É assim que Juliana Zimmermann, amiga de infância, descreve a vítima de feminicídio.

A joinvilense havia montado um salão de beleza no mesmo ano em que morreu. Segundo uma outra amiga, que preferiu não se identificar, a intenção de Barbra era trabalhar de casa e passar mais tempo com a filha, de 3 anos. “Ela era uma mulher incrível, alegre, e era impossível ir no espaço dela e não receber o melhor tratamento possível’, conta.

Barbra também era dona da oficina onde o crime aconteceu. “Ela trabalhou feito louca para levantar aquele lugar”, relata a amiga. Juliana conta que Barbra era uma mulher guerreira. Cuidava da família e era uma mãe, filha e amiga “sem igual”, e que mesmo nas dificuldades, não reclamava. “Apenas lutava por sua filha”, complementa.

A outra amiga também destaca a dedicação de Barbra pela filha. “Mesmo trabalhando dava um jeito de ser presente”.

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