Jogador do Marcílio Dias acusa torcedor do JEC de racismo; entenda

Caso aconteceu na estreia da Copa Santa Catarina

Jogador do Marcílio Dias acusa torcedor do JEC de racismo; entenda

Caso aconteceu na estreia da Copa Santa Catarina

Redação O Município Joinville

O jogador Victor Guilherme, do Marcílio Dias, afirma ter sido vítima de racismo por parte de um torcedor do JEC, no jogo que aconteceu no sábado, 27, na Arena Joinville, válido pela primeira rodada da Copa Santa Catarina. O jogo terminou empatado em 0 a 0.

De acordo com nota oficial divulgada pelo clube de Itajaí, o jogador afirma ter sido chamado de “negro filho da puta” por um torcedor durante a partida, antes de uma cobrança de lateral, aos 35 minutos do segundo tempo. O jogador relatou o caso ao trio de arbitragem, que colocou na súmula do jogo.

Ainda segundo a nota, pouco tempo depois, Victor Guilherme retornou ao local para cobrar novo lateral, quando identificou o torcedor que fez o xingamento. O jogador foi punido com um cartão amarelo pelo árbitro por “retardar excessivamente a execução de um arremesso lateral ou tiro livre”.

O JEC ainda não se manifestou sobre o caso.

Confira a nota oficial do Marcílio Dias

O Clube Náutico Marcílio Dias encontra-se estarrecido e indignado com mais um ato de racismo durante a prática de futebol profissional, desta vez com um atleta do próprio Clube, o lateral Victor Guilherme.

O atleta alega ter sido ofendido de “negro filho da puta” por um torcedor do Joinville, durante a partida, antes de uma cobrança de lateral. Victor Guilherme levou o fato ao trio de arbitragem, que colocou em súmula:

“Aos 35 minutos do segundo tempo, fui informado pelo atleta n°2 Victor Guilherme da Silva Cavalcante da equipe Marcílio Dias , veio até mim árbitro da partida, relatou ter sofrido injúria racial por um torcedor que se encontrava junto a torcida do Joinville”.

Minutos após o ato, o agressor – que havia se escondido de acordo com Victor Guilherme – voltou ao local das ofensas e foi identificado pelo atleta antes de uma cobrança lateral no mesmo local das injúrias iniciais. O mesmo apontou ao árbitro Igor da Silva Albuquerque, que advertiu o atleta do Marcílio Dias, vítima de racismo, com cartão amarelo, por “retardar excessivamente a execução de um arremesso lateral ou tiro livre”.

Ou seja: ao tentar fazer seu direito de denúncia de um ato de racismo e que o torcedor fosse identificado e levado às autoridades competentes, a vítima do ato racista foi advertida com cartão amarelo.

É estarrecedor que estes fatos continuem acontecendo no futebol, e na sociedade como um todo, e que punições severas aos racistas deixem de acontecer. Racismo é crime inafiançável previsto na Constituição e em leis como a 7.716/89. Cabe a nós reprimir, denunciar e fazer com que o racismo seja eliminado de uma vez por todas do convívio social.

O Marcílio Dias se solidariza com o atleta Victor Guilherme. O Clube, que leva o nome de um herói nacional negro – neto de escravos – não irá se calar e irá cobrar da Federação Catarinense de Futebol e demais órgãos competentes maior rigor e punições severas a estes fatos completamente lamentáveis e indignantes.

Temos que dar um basta no racismo!

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