Joinville estaciona no Ranking de Saneamento 2024; saiba situação da cidade
Reportagem do O Município Joinville entrevistou a doutora em ciências ambientais e professora da Udesc Joinville, Virginia Grace Barros e o presidente-diretor da CAJ, Sidney Marques de Oliveira Junior
Joinville estaciona no Ranking de Saneamento 2024; saiba situação da cidade
Reportagem do O Município Joinville entrevistou a doutora em ciências ambientais e professora da Udesc Joinville, Virginia Grace Barros e o presidente-diretor da CAJ, Sidney Marques de Oliveira Junior
O Ranking de Saneamento 2024 foi divulgado neste mês de março com os dados de 2022, referentes a rede de esgoto e de água das 100 maiores cidades do Brasil. Joinville se manteve na 74ª colocação, assim como em 2023, que apresentava resultados de 2021.
Nos anos anteriores, Joinville avançou na lista, no ranking de 2021 a cidade ocupava o 79º lugar, e em 2022, passou para 78º. O objetivo do ranking, organizado pelo Instituto Trata Brasil, é acompanhar a evolução das cidades brasileiras para chegar no cenário estabelecido pelo Novo Marco Legal do Saneamento.
“Esse ranking é feito a partir dos dados do sistema nacional do saneamento”, explica a doutora em ciências ambientais e professora da Udesc Joinville, Virginia Grace Barros.
Marco Legal do Saneamento
O marco legal determina a meta de atendimento de 99% da população com água potável e de 90% da população com coleta e tratamento de esgotos até 31 de dezembro de 2033.
Segundo dados do Observatório do Marco Legal, 39,87% da população de Joinville tem acesso aos serviços de esgotamento sanitário. Nas contas da Companhia Águas de Joinville (CAJ), a cobertura de esgoto já chega a 45,5%. A média do estado de Santa Catarina é 40,83% e, do país, 66,95%.
Além disso, a cidade possui 73,93% do esgoto manejado adequadamente, por meio de sistemas centralizados de coleta e tratamento ou de soluções individuais. Do restante, 26,07% não são tratados nem coletados.
Conforme o presidente-diretor da CAJ, Sidney Marques de Oliveira Junior, ao final de 2024, 50% de Joinville terá cobertura de esgotamento.
Ranking de saneamento
O Ranking de Saneamento analisa diversos dados de água e esgoto e associa uma nota a cada um dos indicadores. De 2021 até 2023, a metodologia não foi alterada. Mas, neste ano, alguns dados deixaram de pontuar, alguns mudaram de peso e outros surgiram.
Foram acrescentados: Perdas no Faturamento, Investimentos do(s) Prestador(es) por Habitante, Investimentos Totais por Habitante.
Foram retirados: Atendimento Urbano de Água, Atendimento Urbano de Esgoto, Investimentos Totais por Arrecadação, Investimentos do(s) Prestador(es) por Arrecadação, Perdas no Faturamento Total.
Para o diretor-presidente da CAJ, a alteração na metodologia deixa o ranking complicado de ser analisado. “Não dá nem para comparar, a comparação deveria ser feita se reproduzisse a metodologia”, opina Sidney. “Para nós isso não é o que vai nos mover ou nos atrapalhar, ou nos incentivar, o que nós temos é correr atrás do que a gente precisa fazer, seguir nosso cronograma”, exclama o gestor.
Conforme a doutora Virgínia, a principal mudança na metodologia é a contabilização da área rural. “No Brasil, em geral, a gente não tem abastecimento de água e tratamento de esgoto nas zonas rurais, esse peso era muito baixo, então, na verdade, não mudou muito”, explica a professora.
Em Joinville, o Indicador de Atendimento Total de Água é de 99,5% e dobrou o peso na pontuação. Já o de tratamento total de esgoto manteve o peso e está em 34,89%, apresentando um crescimento em relação ao ano anterior.
O investimento médio per capita sofreu um aumento no peso do ranking e Joinville também apresentou um aumento, passando de R$ 163,69 em 2023, para R$ 192,52 em 2024.
“O foco principal está em expandir a rede de esgoto”, explica o presidente-diretor da CAJ. “Até chegar em 2030, 31, será de 90%”, complementa. De acordo com Sidney, os grandes investimentos e movimentações da companhia tratam de esgoto.
Na análise da professora Virgínia, a maior preocupação de Joinville deve ser a segurança hídrica. “Em Joinville, falta coletar esgoto, falta tratar esgoto, bem tratado, falta a gente ter garantia de água”, expõe.
Ela ainda ressalta que não adianta coletar a água do rio e perder metade na distribuição. Outro indicador que manteve o mesmo peso foi o de perdas na distribuição. Joinville reduziu as perdas, indo de 42,23% para 35,49% em 2024.
Um bom sinal, mas está aquém do desenvolvimento necessário para a cidade se desenvolver com qualidade, acredita a doutora. “O crescimento está limitado porque a gente depende da água do rio, a população cresce, mas a água é a mesma”, complementa.
Os destaques são a ampliação de Estações de Tratamento de Água (ETA), a conclusão da ETA do Jardim Paraíso e do Vila Nova. Embora o investimento promovido pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) permita ampliar o atendimento sanitário de Joinville, a cidade precisará de novos investimentos.
Segundo Sidney, ainda falta verba para concluir a ponta da operação, que é a captação dos resíduos nas casas das pessoas. A região que mais carece de atendimento atualmente é a Zona Sul de Joinville, pontua o diretor-presidente.
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