MP-SC denuncia seis pessoas por morte de jovem durante Festa das Etnias, no Norte de SC
Homem morreu afogado em rio
Homem morreu afogado em rio
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) denunciou por homicídio culposo seis pessoas em Mafra, no Norte Catarinense. Elas são acusadas de terem culpa na morte de Wellinton Carlos Trierweiller em setembro de 2019, em Mafra, durante a 2ª Festa das Etnias. A denúncia já foi recebida pela Justiça nesta quinta-feira, 20, e os acusados tornaram-se réus de uma ação penal pública.
Conforme relata a denúncia da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mafra, em 7 de setembro de 2019, acontecia a 2ª Festa das Etnias, promovida conjuntamente pelo município e pela empresa de propriedade de um dos réus. O evento foi realizado na Praça Ferroviário Miguel Bielecki e na avenida Coronel José Severiano Maia, local próximo ao rio da Lança.
Na madrugada de 7 de setembro de 2019, a vítima frequentava a festa. Após ser retirada do evento pelos seguranças, foi até o leito do rio pela parte externa e, ao tentar dar a volta para retornar ao local da festa, caiu no rio e morreu por afogamento.
Segundo apurado pelas autoridades policiais, a vítima morreu devido à ausência de qualquer segurança adicional que afastasse o risco de queda dos frequentadores da Festa das Etnias, mesmo após a Polícia Militar de Mafra ter emitido um laudo de ordem pública atestando a existência do risco, do qual parte dos denunciados, responsáveis pela organização do evento, foram informados.
Consta na denúncia que uma das denunciadas viu Wellinton aproximando-se do leito do rio e desaparecendo em seguida. Ciente do risco de queda, ela não tomou nenhuma providência para verificar a possibilidade de acidente. Ela apenas avisou outro réu para que fizessem buscas para se certificar de que a vítima não teria burlado a segurança e entrado novamente na festa.
Também foram denunciados o então secretário de administração do município de Mafra responsável pelo evento à época dos fatos, dois engenheiros civis responsáveis pela segurança, montagem da estrutura do evento, fiscalização e prevenção de acidentes durante a festa e o proprietário da empresa que organizou o evento.
Conforme a Promotora de Justiça Nicole Lange de Almeida Pires, “os denunciados, mesmo sabendo da possibilidade de queda dos frequentadores, não tomaram providências para garantir a segurança do local, sendo que dois dos réus inclusive presenciaram Wellinton se aproximando do local de risco, mas não acionaram as autoridades e não agiram para auxiliá-lo e assim evitar sua morte”.
Ela reforçou que “o crime causou grande comoção social à época dos fatos, tendo sido publicadas diversas matérias jornalísticas acerca do falecimento da vítima e do anseio da família por justiça pela perda precoce do jovem”.
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