MPT abre ação pública contra faculdade que demitiu professora em Joinville
Além disso, órgão quer que a instituição pague indenização coletiva
O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu uma ação pública contra a Faculdade Ielusc, de Joinville, após a professora Maria Elisa Máximo ser demitida ao fazer uma publicação em seu perfil pessoal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. O órgão também quer que a faculdade pague indenização coletiva em R$ 500 mil.
O processo ainda não foi julgado. No documento, o MPT alega que a instituição reprimiu a livre expressão dos funcionários com ameaças de demissões. O órgão critica a decisão do Ielusc em recomendar que os profissionais, incluindo professores, não se manifestem politicamente.
Foi recomendado também ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que, acatada a decisão, o Ielusc emita um comunicado ressaltando que reconhece o direito de seus empregados de se manifestarem livremente. Em caso de descumprimento, a instituição deverá ser multada em R$ 100 mil.
O MPT também pediu à faculdade que se abstenha de efetuar demissões e aplicar penalidades em razão de manifestações nas redes sociais particulares dos trabalhadores.
A reportagem do jornal O Município Joinville entrou em contato com o Ielusc, que preferiu não se manifestar. No documento, a instituição ressaltou que não demitiu a professora por questões políticas, e sim por ofender os joinvilenses.
Sobre o andamento do processo, a reportagem entrou em contato com a defesa da professora Maria Elisa Máxima, mas até o fechamento da reportagem não teve retorno.
Relembre o caso
A professora Maria Elisa Máximo foi afastada da instituição no dia 3 de outubro após ter uma publicação repercutida por políticos e influenciadores da cidade. No post, a professora critica o atual governo federal e os apoiadores.
“Joinville sendo o esgoto do bolsonarismo, para onde escoou os resíduos finais da campanha imbroxável do inominável. Não tem quem escape: há gente brega, feia e fascista pra todos os lados”, escreveu a professora em seu perfil pessoal no Twitter, no dia 1º de outubro. A postagem foi apagada.
Após duas semanas de afastamento, a administração da faculdade decidiu demitir a professora que foi recolher os pertences no dia 18 de outubro. Os alunos que discordaram da decisão decidiram organizar uma manifestação com cartazes e gritos contrários à demissão.
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