Paciente oncológica relata falta de medicamentos e atraso de consultas no Hospital São José, em Joinville

Relato foi realizado na comissão de Saúde da Câmara de Vereadores

Paciente oncológica relata falta de medicamentos e atraso de consultas no Hospital São José, em Joinville

Relato foi realizado na comissão de Saúde da Câmara de Vereadores

Bernardo Gonçalves | Revisão

Pacientes da ala de oncologia do Hospital São José, em Joinville, estiveram na comissão de Saúde da Câmara de Vereadores nesta quarta-feira, 13, e relataram sobre a falta de medicamentos para quimioterapia e o atraso nas consultas.

O principal problema relatado seria que diversos tratamentos estão sendo interrompidos por falta de medicamentos. A paciente da oncologia, Cleusa Soares, disse que há demora na entrega dos exames e há pessoas que só conseguem recebê-los com a ajuda da Justiça.

“Eu estou desde janeiro sem nenhum tipo de medicamento. Nenhuma medicação está me sendo fornecida. Nem para mim, nem para muitas meninas que estão lá”, reclama de forma emocionada.

“Muitos pacientes não recebem medicamentos desde novembro, dezembro (de 2023), janeiro. É uma situação desesperadora para a gente que passa por esse processo, que tem que correr atrás de tudo”, lamenta.

Segundo o promotor de Justiça da área da Saúde, Felipe Schmidt, certos medicamentos necessitam de repasses de recursos do governo federal e quem pode realizar uma cobrança é o Ministério Público Federal e não o do estado.

Foto: Mauro Schlieck/CVJ

Felipe diz ainda que em relação aos atrasos nas consultas, existe um procedimento de apuração para que os prazos sejam cumpridos, sendo 60 dias para o primeiro tratamento e 30 dias para os exames em geral. O procurador informou que aguarda resposta do governo estadual sobre o assunto.

Diretor-presidente do Hospital São José, Arnoldo Júnior justificou a demora com relato de que a demanda aumentou e que é preciso ampliar, principalmente pelo crescimento das cidades, “portas de entrada” para atender aos moradores. “É visível que o São José não ter ‘pernas’ para tudo”, frisa.

O que diz a Prefeitura de Joinville

Em nota enviada à reportagem do jornal O Município Joinville, a Prefeitura de Joinville revelou que atualmente dez medicamentos que estão na lista de remédios padronizados, ou seja, aqueles que são fornecidos pelo SUS, estão em processo de aquisição.

Desses dez medicamentos, diz que oito processos licitatórios foram considerados desertos ou fracassados, quando não há empresas interessadas em fornecer o medicamento. E que dessa lista, seis medicamentos serão adquiridos de forma emergencial, com dispensa de licitação.

Além disso, relata que para um medicamento foi iniciado um novo processo licitatório, que o medicamento Destilbenol será despadronizado, pois não está mais sendo produzido pela indústria, além de que os medicamentos Capecitabina e Letrozol têm ata vigente para a compra, porém os fornecedores estão inadimplentes, já tendo sido notificados formalmente pelo Hospital.

A prefeitura também diz que o São José também tem ampliado o credenciamento para aumento de consultas e que sempre que há falta de algum medicamento, o médico avalia o paciente para verificar a possibilidade de substituição.

Confira a nota na íntegra:

O Hospital São José é referência no atendimento de pacientes oncológicos na região. Só no ano passado, mais de 22 mil pacientes receberam tratamento quimioterápico na Unidade que atende 100% SUS.

Para atender a demanda de pacientes que necessitam desse tipo de tratamento, o hospital realizou mutirões de cirurgias oncológicas, adquiriu dois aceleradores lineares que são equipamentos de alta tecnologia, similares aos usados em hospitais particulares. Também foi ampliado o horário de atendimento do ambulatório no 1º dia útil do mês, quando abre a agenda para marcação de consultas. Paralelo a isso, houve reforço na equipe com a contratação de médicos oncologistas clínicos e cirúrgicos.

A diretoria do Hospital São José participou da reunião na Comissão e apresentou um relatório com o andamento de cada um dos itens que estão em falta. Atualmente dez medicamentos que estão na lista de remédios padronizados, ou seja, aqueles que são fornecidos pelo SUS, estão em processo de aquisição.

Desses dez, oito processos licitatórios foram considerados desertos ou fracassados, quando não há empresas interessadas em fornecer o medicamento. Dessa lista, seis medicamentos serão adquiridos de forma emergencial, com dispensa de licitação. Para um medicamento, foi iniciado um novo processo licitatório. Já o medicamento Destilbenol será despadronizado, pois não está mais sendo produzido pela indústria. Os medicamentos Capecitabina e Letrozol têm ata vigente para a compra, porém os fornecedores estão inadimplentes, já tendo sido notificados formalmente pelo Hospital.

O São José também tem ampliado o credenciamento para aumento de consultas, e evitar problemas enfrentados com as licitações destinadas às compras dos medicamentos quimioterápicos, que têm histórico de licitações desertas ou fracassadas. Com o credenciamento, o objetivo é que havendo qualquer interrupção no fornecimento de medicação, o paciente é encaminhado ao credenciado para a continuidade no tratamento.

Além disso, sempre que há falta de algum medicamento, o médico avalia o paciente para verificar a possibilidade de substituição.

*Com informações da Rádio Câmara Joinville

Leia também:
1. Contra o Avaí, JEC arrecada valor três vezes maior que premiação ao campeão catarinense
2. Atraso nas obras da BR-280 vira alvo de críticas de deputado de Joinville na Alesc
3. Audiência pública ouve moradores sobre acesso ao bairro Jardim Paraíso, em Joinville
4. Casal de idosos consegue reverter ordem de desocupação de imóvel em Joinville
5. Saiba quais UBSFs abrem para vacinação contra dengue neste sábado em Joinville


Assista agora mesmo!

“Lugar muito bom”: como paixão fez argentina conhecer Joinville e construir uma vida na cidade:

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo