Parceria no tatame: pais e filhos aumentam afeto praticando caratê em Joinville

Esporte ajuda no lazer e até no rendimento escolar

Parceria no tatame: pais e filhos aumentam afeto praticando caratê em Joinville

Esporte ajuda no lazer e até no rendimento escolar

Lucas Koehler

Competições, vitórias e títulos. O esporte, que é geralmente movido por conquistas, tem sentimentos familiares ainda mais profundo para pais e filho de Joinville. Os treinamentos, além de expandir a técnica, também são um meio para gerar mais união, carinho e afeto entre os familiares.

Exemplo disso é o que acontece com Deivis Koerich, de 47 anos, e seu filho, Guilherme, de 14. O pai, sensei em caratê, trouxe a modalidade não só para a família, mas para dentro do seu próprio quintal.

Ele é responsável pela Associação Yokohama de caratê, no bairro Morro do Meio, zona Sul de Joinville. É neste bairro que ele mora e, após decidir ensinar o esporte, fechou uma empresa de calhas que gerenciava e a transformou em um ambiente com tatame, quadros e praticantes.

Deivis começou a praticar a arte marcial japonesa com 10 anos. Quase três décadas depois, vê seu filho seguir seus passos. Ele conta que Guilherme ganhou, logo após o nascimento, um quimono especial. Apesar disso, o sensei expressa que nunca o pressionou para isso. “Evito ser o pai que força o que os filhos vão ser ou fazer”, conta.

Sensei Deivis Koerich (à esq.) e seu filho Guilherme (à dir) durante treinamento | Foto: Lucas Koehler/O Município Joinville

Com o garoto mergulhando no caratê, a dupla foi encontrando diversos pontos positivos, como maior sociabilização com os amigos e dedicação nos estudos.

Pai professor, filho aluno

Ter experiências familiares em cima do tatame coloca o aprimoramento corporal em um teste de resistência e maturidade mental. Para Deivis, treinar o seu próprio filho significa carregar inúmeros sentimentos. A maioria positivos. “Nós aumentamos a nossa união, estamos mais juntos, mais fortalecidos”, destaca.

Entretanto, há desafios para impedir que os laços afetivos gerem tratamentos diferentes. “É difícil ser pai e professor do meu filho. Eu busco ao máximo separar as coisas”, explica.

Já para Guilherme, a cobrança é o que mais impacta na situação. “Sempre preciso fazer o meu melhor possível. Afinal, sou uma influência para toda academia”, analisa.

Pai e filho praticam caratê na mesma academia | Foto: Lucas Koehler/O Município Joinville

Apesar disso, ele avalia que a presença do pai é fundamental para evoluir na modalidade e em outros ambientes da sua formação. “Eu sempre estou melhorando meu comportamento em casa e na escola. Isso faz eu querer estudar mais, querer tirar notas boas”, opina.

Para ambos, praticar esportes em família, além de melhorar a saúde, aumenta o amor e carinho entre os envolvidos. “Quanto mais treinamos juntos, mais sentimos a harmonia no ar. É satisfatório”, ressalta o sensei.

Esporte em família: envolvimento completo

Reforçar a união familiar por meio da caratê também é o objetivo de Alexandre Fidelis, 35 anos, e Jorge, de 7. O pai conta que o mundo da arte marcial chegou até ele quando seu filho voltou para casa de uma aula experimental, também na Yokohama, no bairro Morro do Meio.

O pai conta que Jorge trouxe uma tarefa curiosa: decorar informações pessoais como o nome completo, endereço, telefone dos responsáveis e saber com quem falar caso esteja perdido. A partir disso, Alexandre viu a importância do esporte na vida de ambos. “Me surpreendi com os valores ensinados, por exemplo, o respeito acima de tudo, formação de caráter e fidelidade”, compartilha.

Ele e Jorge começaram a praticar karatê juntos em 2019. Deste então, considera a arte marcial como uma religião. “Nos ajuda a reprimir o espírito de agressão, não aceitar provocação. Aprendemos muitas coisas”, analisa.

Alexandre e Jorge Fidelis praticam caratê, juntos, desde 2019 | Foto: Lucas Koehler/O Município Joinville

O garoto afirma que desde o primeiro treino já identificou que era isso que gostaria de fazer. A presença de Alexandre nos treinos e competições é um combustível. “Acho divertido treinar com o meu pai, além de me sentir seguro para voltar para casa à noite”, diz.

Para o pai, é gratificante ver o filho competindo e se destacando. “Vejo toda a dedicação dele durante os treinos”, conta.

Alexandre crava que pais e filhos deveriam utilizar o esporte como meio de convívio e afeto. “Gera uma conexão entre a família. Muitas vezes estamos em casa, mas mexendo no celular, dando pouca atenção para quem amamos. No esporte, o envolvimento é de 100%”, finaliza.

Alexandre e o filho Jorge (à esq.) e Sensei Deivis Koerich e seu filho Guilherme (à dir. )| Foto: Lucas Koehler/O Município Joinville
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