Professores da rede estadual de Joinville prometem greve se aulas presenciais voltarem
Caso os professores entrem em greve, além das aulas presenciais, o ensino remoto também será paralisado
Caso os professores entrem em greve, além das aulas presenciais, o ensino remoto também será paralisado
Professores da rede estadual de educação em Joinville devem entrar em greve se as aulas presenciais voltarem em 2020. Os educadores não concordam com o retorno às escolas antes do fim da pandemia ou da existência de uma vacina contra a Covid-19.
A decisão é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte), que deliberou a possível paralisação em uma reunião estadual.
Caso os professores entrem em greve, além das aulas presenciais, o ensino remoto também será paralisado. “Não faria sentido fazer greve e continuar trabalhando pelo meio virtual”, argumenta Izequiel da Costa, coordenador regional do Sinte Joinville.
Para ele, essa pode ser uma greve atípica. “Não é por melhorias de trabalho ou questão salarial, é pela vida. Só vamos retornar quando tiver segurança para todos do ambiente escolar”, explica.
O professor afirma que os profissionais se baseiam em países que retornaram com as aulas presenciais e o número de pessoas infectadas subiu, além das crianças levarem o vírus para casa e contaminarem os responsáveis.
Izequiel alega que a decisão também é influenciada por problemas em outras escolas do Brasil, nas quais receberam máscara de ensino fundamental para serem utilizadas por estudantes do ensino médio, entrega de apenas cinco garrafas de álcool em gel para todo local. “Dessa forma, o Estado está brincando com vidas”, ressalta.
A expectativa dos coordenadores e direção do Sinte é que a adesão à greve seja significativa. “Dessa vez o risco é muito maior e estamos vendo que a maioria dos professores não querem retornar”, finaliza.
No início de setembro, o governo estadual finalizou o Plano de Contingência Estadual para Educação (PlanCon), com objetivo de preparar as instituições de ensino para o retorno às atividades presenciais em Santa Catarina em meio à pandemia da Covid-19.
O PlanCon estipula oito diretrizes de ações operacionais para o retorno das aulas presenciais, incluindo medidas sanitárias, pedagógicas, de transporte, de alimentação, de gestão de pessoas e de informação e comunicação. Ainda descreve metodologias para o treinamento, capacitação e finanças.
O plano foi criado pelo Comitê Estratégico de Retorno às Aulas da Secretaria de Estado da Educação, formado por mais de 15 instituições, e o Comitê Técnico Científico da Defesa Civil de Santa Catarina.
Nesta quinta-feira, 24, o Sinte entregou um documento no Conselho Regional da Educação (CRE) defendendo a Lei 17.934/2020, que proíbe a demissão de professores admitidos em caráter temporário (ACT), com contratos até dezembro de 2020, durante a pandemia.
O sindicato reivindica que os contratos dos profissionais sejam estendidos até 2021.
Para Izequiel, a expectativa é de que a Secretaria de Educação e o Governo Estadual respondam o quanto antes as solicitações.