Saiba como foi audiência pública sobre implementação do curso de Medicina na UFSC Joinville

Audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira

Saiba como foi audiência pública sobre implementação do curso de Medicina na UFSC Joinville

Audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira

Bernardo Gonçalves

Nesta quinta-feira, 2, na Câmara de Vereadores, foi realizada audiência pública, promovida pela comissão de educação da Câmara dos Deputados, para discutir a implementação do curso de medicina no campus da UFSC Joinville. Estiveram presentes autoridades que representam a região Norte, seja no âmbito federal, estadual e municipal, além de membros de entidades da cidade e estudantes.

A audiência foi proposta e conduzida pelos deputados federais Pedro Uczai (PT) e Darci de Matos (PSD). Uczai diz que o objetivo da audiência é iniciar a avaliação da possibilidade de implementação do curso de medicina, seja para entender e ouvir a comunidade e também se a estrutura do campus é capaz de receber o curso.

Da esquerda para direita: Vereador e presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, Diego Machado, Deputado Darci de Matos, Deputado Pedro Uczai e diretor-geral da UFSC Joinville Diego Santos Greff. | Foto: Bernardo Gonçalves/O Município Joinville

O diretor-geral da UFSC Joinville, Diego Santos Greff, também esteve presente na audiência e apresentou quais os cursos são oferecidos e a estrutura do campus da cidade, que fica localizado no Parque Perini, na zona Industrial Norte.

Também teve momento de fala a professora Melissa, da UFSC de Araranguá. A docente fez parte da implementação do curso de medicina no campus e explicou quais são as principais ações que foram necessárias para iniciar o curso em Joinville.

Ela destacou os desafios da montagem do corpo docente, uma matriz curricular inovadora e também as potencialidades de implementar o curso de medicina na UFSC.

“Com uma matriz inovadora, conseguimos colocar nossos alunos na sociedade desde o primeiro período. No primeiro ano do curso o aluno já pode fazer trabalhos em escolas e a partir do segundo em unidades de saúde, por exemplo. Os desafios são vários, porém, em Araranguá, que é uma cidade de nem 70 mil habitantes, estamos conseguindo implementar, em Joinville acredito que vai ser mais tranquilo”, opina.

“Dá trabalho? Dá. Tem que ter uma maestria da direção com a prefeitura, secretaria de saúde e deputados? Tem. Mas após implantado, esse curso de medicina traz inúmeros benefícios”, complementa.

Comunidade

A comunidade de Joinville também teve momento de fala na audiência pública desta quinta-feira. As estudantes Giovanna e Tainá, da Escola de Educação Básica Doutor Paulo Medeiros, no Adhemar Garcia, e do cursinho inserção, pediram, além de medicina, a implementação dos cursos de veterinária e arquitetura na UFSC de Joinville.

“Não temos condições de arcar com o preço da faculdade, muito menos com o deslocamento. Eu tenho a mãe professora e não tem como arcar com os custos. Minha amiga (Tainá) tem a mãe dona de casa e pai pedreiro. Estamos no último ano da escola e viemos participar, pois não temos muitas condições e não sabemos o que a gente vai seguir nas nossas vidas”, desabafa Giovanna.

Giovanna (à esq.) e Tainá. | Foto: Bernardo Gonçalves/O Município Joinville

Rhuan Carlos Fernandes, do movimento negro Maria Laura e também do movimento Mais Universidade, defendeu a inclusão do curso de medicina na UFSC e destacou movimentos que articulam para que isso aconteça.

“Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, precisa de um curso de medicina na UFSC. Não é mero desejo desse movimento, porque é um projeto de sociedade e de país e que vem de luta de anos. E eu parabenizo todas as entidades por estarem conosco no movimento Mais Universidade, pois não é nada fácil”.

“Inclusive de divergir, para a gente construir um caminho de luta e solidariedade, que vai levar coisa pública e ampliação de acesso (à educação) para aqueles jovens de 18 a 24 anos que tem dificuldades enormes de entrarem nos cursos superiores. A sociedade jovem, principalmente a negra, está mais perto de ser presa do que entrar na universidade. Então movimentos como o Maria Laura, Mais Universidade e cursinho inserção vem para o acesso à universidade”, complementa.

Rhuan durante fala na audiência pública. | Foto: Bernardo Gonçalves/O Município Joinville

Já Rafael, professor de história no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), no cursinho inserção e no cursinho popular Amorabi, ressalta que apoia a implementação do curso de medicina na UFSC Joinville e que deve ser implementado um hospital universitário.

“Sabemos que de início é algo que não vamos ter, mas isso tem que estar no horizonte. Precisamos de mais um hospital público urgentemente”, frisa.

A estudante e professora Larissa Stephanie ressalta a importância da implementação do curso de medicina na UFSC para o acesso de jovens ao ensino superior.

“Sabemos como o sonho da juventude é minada pela falta de uma educação pública diversificada. Então, muitas vezes esses jovens poderiam estar aqui (em Joinville) estudando na UFSC, mas precisam ir para outra cidade. E sabemos que isso envolve dinheiro e o jovem que não tem dinheiro para ir para outra cidade não terá para cursar em uma universidade particular”.

“E isso cada vez mais segrega cada vez mais a nossa juventude, porque quem não vai acessar a universidade, são os jovens de periferia, aquele jovem que não consegue pagar pela educação. Por isso é essencial a gente defender a vinda do curso de medicina para a UFSC de Joinville, porém, também trazer mais cursos de humanas, que tem um impacto social e econômico para a nossa cidade”, finaliza.

Compromisso

Com amplas falas positivas sobre a implementação do curso de medicina na UFS, os deputados Uczai e Matos firmaram compromisso de destinar R$ 10 milhões para garantir o aluguel de salas de aulas para a universidade, até que a estrutura para receber o curso fique pronta. A faculdade deve ficar na Rodovia do Arroz, na BR-280.

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