Servidor de Joinville suspeito de corrupção atuava como representante de empresa, diz delegado

Em coletiva de imprensa, o delegado responsável pela 3ª Decor explicou como funcionava operação

Servidor de Joinville suspeito de corrupção atuava como representante de empresa, diz delegado

Em coletiva de imprensa, o delegado responsável pela 3ª Decor explicou como funcionava operação

Isabel Lima

Na manhã desta terça-feira, 10, um servidor da Prefeitura de Joinville foi afastado suspeito de corrupção enquanto trabalhava na Secretaria de Meio Ambiente (Sama). Ainda nesta manhã, o delegado Pedro Alves, da 3ª Decor – Delegacia Especializada no Combate à Corrupção, deu detalhes sobre a operação Desregularização em uma coletiva com a imprensa.

Corrupção na regularização fundiária

Embora atualmente trabalhe na Secretaria de Pesquisa e Planejamento Urbano (Sepur), os casos investigados são relacionados ao período em que o servidor ocupou cargos na Sama. Segundo o delegado, o servidor atuava captando clientes para uma empresa de topografia e engenharia ambiental de Joinville.

Ao identificar possíveis clientes, o servidor fazia o contato e indicava os serviços da empresa. Conforme a investigação, o suspeito recebia comissão, atuando como um representante da empresa dentro da Sama.

Embora a investigação ainda não consiga quantificar quantos clientes foram cooptados pelo servidor, há provas que a operação funcionava desde, pelo menos, 2016, com evidências também em 2019.

A operação

Polícia Civil/Divulgação

Deflagrada na manhã desta segunda-feira, a operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos nos bairros Centro, Anita Garibaldi, Santo Antônio e Floresta. Dentre os alvos estão a sede da empresa investigada, os três sócios e a sede da Sepur, onde estava atualmente trabalhando o servidor público. Foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos, que serão analisados.

A apuração da 3ª Decor também demonstrou que os investigados praticam manobras de ocultação patrimonial, condutas estas que podem configurar o crime de lavagem de dinheiro.

Participaram da operação policiais civis da Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção (Cecor), da Decor/Deic e da 2ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), bem como peritos criminais do Setor de Informática Forense da Polícia Científica de Santa Catarina.
Além das apreensões, a Justiça emitiu ordem de bloqueio de mais de R$ 250 mil em bens, além do recolhimento de dois veículos.

Envolvimento da prefeitura

Polícia Civil/Divulgação

De acordo com o delegado Pedro Alves, a investigação policial iniciou a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). Segundo a nota da Prefeitura de Joinville, desde 2019 vem colaborando com a investigação do MP-SC sobre supostas irregularidades na atuação de um servidor público.

Conforme o delegado, a prefeitura enviou documentações de um processo administrativo interno. Esse processo levou ao afastamento do servidor. “Ele já ocupou cargos de gerência na Sama”, informou o delegado.

Segundo a prefeitura, ele foi retirado da Sama e realocado como assistente administrativo da Sepur. O servidor é concursado desde 1995. A pedido da delegacia, a prefeitura afastou o servidor devido ao risco dele continuar com a prática criminosa.

Próximas etapas da investigação

Polícia Civil/Divulgação

De acordo com o delegado da 3ª Decor, a investigação segue visando entender o plano criminoso e identificar possíveis outros envolvidos. Com o auxílio da Polícia Científica de Santa Catarina, o material coletado nesta segunda-feira será analisado e novas etapas podem ser deflagradas.

Leia a nota da Prefeitura de Joinville na íntegra:

“Desde 2019, a Prefeitura de Joinville colabora com uma investigação do Ministério Público sobre supostas irregularidades na atuação de um servidor público.

O servidor é concursado, desde 1995, e não ocupa cargo comissionado nem recebe gratificação por função.

Ele esteve em licença de 2018 a 2022 e retornou às atividades como assistente administrativo, na Secretaria de Pesquisa e Planejamento Urbano (Sepur). Na função atual, ele não tem nenhum tipo de relação com processos de regularização fundiária.

Nesta terça-feira (10/10), por volta das 8h, o servidor acompanhou a Polícia Civil em uma diligência na sede da Secretaria. No local, agentes da polícia apreenderam o HD do computador utilizado por ele.

A Prefeitura afastou cautelarmente o servidor e conduz uma sindicância investigatória para apurar os fatos.

No ano passado, a Controladoria-geral do Município passou a ter status de Secretaria, com total autonomia e independência para atuar com foco no combate à corrupção e na transparência da gestão municipal.

A Prefeitura de Joinville segue combatendo fortemente a corrupção e colaborando com a atuação do judiciário e das autoridades policiais.”


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