Auxiliares de Carlos Moisés se preocupam com veracidade de manifestações de apoio à reeleição
Argumento
Esmola demais o santo desconfia, diz adágio popular. O entorno do governador Carlos Moisés (sem partido) começa a se preocupar com as quase diárias manifestações “incondicionais” de apoio à sua reeleição vindas de não só de partidos políticos diversos, mas principalmente de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças locais e regionais. Moisés não se preocupa tanto assim. Diz que é consequência de sua gestão, que vem dando máxima atenção aos municípios. E com muito dinheiro também, diga-se.
Impostos
Bons tempos aqueles em que para uma inflação abaixo de 5% a grande maioria das prefeituras oferecia desconto de até 25% para quem pagasse o IPTU à vista. Muitas ainda mantem o benefício, mas a inflação (10,06% em 2021) acaba tirando muito o interesse.
Manda-chuva
O PL começou a adaptar seus diretórios estaduais à campanha de reeleição de Bolsonaro. Como é o mandão no sinistro Centrão, ficam bem ao sabor do insondável presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. Em alguns, seus presidentes têm sido destituídos, sem dó nem piedade. Consta que o de SC está livre, porque alinhadíssimo, da sanha de Costa Neto. Aliás, o que se pode esperar da depuração da política vendo este homem, com o tenebroso currículo que tem, agora mandando e desmandando no Palácio do Planalto?
Exame toxicológico
Não é novidade nenhuma a defesa, por Bolsonaro, para que se exija exames toxicológicos regulares de outros profissionais, além de caminhoneiros, como políticos e estudantes universitários. Em SC não foi adiante projeto de 2020 do deputado Jessé Lopes (PSL), para que fosse exigido tal exame dos candidatos ao ingresso em universidades públicas estaduais, como a Udesc, por exemplo. O comprovante, emitido por entidade credenciada, seria entregue pelo candidato no momento da matrícula.
Só no Rio
Da série “Só no Rio acontece isso”: 90% dos internados em hospitais privados do estado não estão com a vacinação em dia, mas os quadros provocados pela ômicron são mais leves.
Reclamação milionária
Inacreditável o que se divulgou ontem na mídia mundial. Milionários lançaram uma carta no Fórum Econômico Mundial com pedido inusitado: “Forcem-nos a pagar mais impostos”.
Corporativismo
De dar engulhos a ação promovida por 40 sindicatos do funcionalismo federal, que já tem os melhores salários (não reduzidos na pandemia), ignorando que no setor privado houve quem teve que abrir mão de até 70% para manter seu emprego.
Novo
A disputa pelo governo estadual tem oficialmente um dos primeiros nomes. O Partido Novo deliberou esta semana, de forma unânime, pela indicação do promotor de Justiça Odair Tramontin, para participar do processo seletivo para a candidatura ao Executivo. Tramontin já foi candidato a prefeito pelo Novo em Blumenau, em 2020, quando obteve 22.844 votos, atrás apenas do candidato a reeleição e do ex-prefeito da cidade. Detalhe: não usou um centavo sequer de dinheiro público para campanha.
Firulas jurídicas
O não comparecimento a julgamento de uma testemunha que reside em outra comarca não caracteriza qualquer nulidade processual, entendeu o Ministério Público Federal (MPF) ao analisar pedido de anulação de decisão do Judiciário de SC que condenou uma mulher a quatro anos e oito meses de prisão por tentativa de homicídio em acidente automotivo. O posicionamento defendido pelo órgão em parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) baseia-se em jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No recurso apresentado, a ré busca a anulação do julgamento popular alegando que houve cerceamento de defesa. Única testemunha ocular do acidente não pôde ser ouvida pelos jurados durante o julgamento, uma vez que mora em outro município, não abrangido pela jurisdição onde o fato foi investigado. Justo, não?
Bilhão e tostão
O mesmo ministro “supremo” Gilmar Mendes, que livrou da prisão boa parte da quadrilha que roubou bilhões da Petrobras, até que foi coerente: acaba de absolver uma pessoa que havia sido condenada a um ano de reclusão, em regime semiaberto, pelo furto de uma peça de picanha, avaliada em R$ 52. O caso ocorreu em 2018, no Guará, uma das regiões administrativas do Distrito Federal.