Câmara discute comércio irregular e queima de fogos de artifício em Joinville
Vereadora diz não haver fiscalização em Joinville da venda de artefatos pirotécnicos
Vereadora diz não haver fiscalização em Joinville da venda de artefatos pirotécnicos
A Comissão de Urbanismo discutiu com convidados o comércio irregular e a queima de fogos de artifício nesta terça-feira, 7. Segundo a vereadora Tânia Larson (PSL), que sugeriu a discussão, não há fiscalização em Joinville da venda de artefatos pirotécnicos.
Eles chegam a ser vendidos em um caminhão e mercadinhos de bairro, ferindo a legislação, alegou a vereadora. Além disso, a soltura irrestrita de fogos, disse ela, prejudica animais domésticos e pessoas com alta sensibilidade auditiva, como as que têm transtorno do espectro autista (TEA).
“O que preocupa a gente é que as leis não estão sendo cumpridas”, disse a parlamentar. Ela pediu aos representantes das instituições presentes que trabalhem em conjunto na fiscalização e campanhas de conscientização sobre os perigos e transtornos dos fogos de artifício e rojões.
O comércio de artefatos explosivos precisa de alvarás específicos, com CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) de comércio varejista e aval dos bombeiros, disse André Matiuzzi, da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama), órgão da prefeitura que fiscaliza o setor.
A soltura também deve respeitar normas específicas e não deve ser feita a pelo menos 2 quilômetros de distância de parques, abrigos de animais e áreas de preservação ambiental, por exemplo.
No período de festas, no entanto, é mais difícil fiscalizar, reconheceu Matiuzzi. Por isso, além do site e do telefone 156, a prefeitura deverá disponibilizar o número de telefone do fiscal que estará de plantão para receber as denúncias.
Luciano Mendonça, do Corpo de Bombeiros Voluntários, disse estar assustado com a informação de que um caminhão vendia fogos de artifício na cidade. Ele lembrou ser grande o número de exigências para o comércio de artefatos pirotécnicos, como a de ter um técnico na loja, o que não é cumprido, reconheceu. “As legislações não conseguem abarcar o cidadão comum, que vai ao mercadinho e compra os fogos”, disse o bombeiro voluntário.
Mendonça ressaltou que o manuseio e o estoque irregulares desses artefatos podem causar queimaduras e incêndios. Afirmou, ainda, que eventos transitórios contam com empresas especializadas para fazer a queima.
A protetora de animais Paula Negre, da ONG Animais Achados e Perdidos (AAPJLLE), disse que os fogos de artifício não afetam apenas animais domésticos, mas a saúde pública, a fauna e a flora. Segundo ela, nesta época de festas, são registradas mortes de pássaros e várias tentativas de fugas de animais, que acabam se machucando.
A protetora sugere a troca dos fogos pelos do tipo sem estampido. “A partir do momento que a tua comemoração causa sofrimento ao próximo, isso não deveria ser admitido”, ponderou.
O barulho dos fogos causa “grande incômodo e estresse gigante” em pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), relatou a psicóloga Ana Carolina Wolff aos vereadores e convidados da comissão. Segundo ela, as pessoas com autismo têm disfunções sensoriais e podem ser hipersensíveis ao barulho. Além disso, 40% dessas pessoas sofrem de distúrbios do sono, e os fogos são soltos normalmente à noite.
Um vídeo exibido na reunião revelou o sofrimento de uma criança com autismo durante o estalar dos fogos, enquanto sua mãe tentava acalmá-la, em vão.
A Polícia Civil disse ter um núcleo de produtos controlados e que faz várias ações de fiscalização e responsabiliza criminal e administrativamente comerciantes que vendem artefatos pirotécnicos de forma irregular.
A Polícia Militar afirmou que atua na questão criminal e que denúncias podem ser feitas pelo telefone 190, desde que haja flagrante.
O Exército disse ter uma sessão que fiscaliza produtos controlados e que a demanda é grande de missões neste sentido. Afirmou também que os pedidos de informação da vereadora serão atendidos via ofício.
Participaram da reunião os vereadores Diego Machado (PSDB), que preside a comissão, Wilian Tonezi (Patriota), Adilson Girardi (MDB) e Neto Petters (Novo).
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