Ciro Gomes fala sobre emprego, fome e diz que Joinville “nunca foi bolsonarista”

"Qualquer presidente que queira ser justo com o Brasil, precisa voltar a Joinville após ser eleito", diz o pré-candidato

Ciro Gomes fala sobre emprego, fome e diz que Joinville “nunca foi bolsonarista”

"Qualquer presidente que queira ser justo com o Brasil, precisa voltar a Joinville após ser eleito", diz o pré-candidato

Lucas Koehler

Em visita a Joinville nesta quinta-feira, 28, o pré-candidato a presidente do Brasil, Ciro Gomes (PDT), afirmou que, caso seja eleito, voltará à cidade. Também ressaltou que o município “nunca foi bolsonarista”, disse acompanhar o mandato do prefeito Adriano Silva (Novo) e apresentou propostas envolvendo mão-de-obra qualificada e redução da fome, por exemplo.

Na cidade, Ciro concedeu entrevista coletiva à imprensa pela manhã, participou de uma reunião sobre a campanha da Semana Lixo Zero e, mais tarde, almoçou com o diretório e lideranças municipais do PDT.

À tarde, ele chega a Itajaí e, nesta sexta-feira, 29, vai a Florianópolis, onde encerra sua passagem por Santa Catarina.

Importância de Joinville

Com elogios a maior cidade catarinense, Ciro cravou que “qualquer presidente que queira ser justo com o Brasil, precisa voltar a Joinville após ser eleito, para discutir agendas”. Para ele, cada centavo investido na cidade gera retorno para Santa Catarina e Brasil. “É um dos centros industriais importantes do país”, argumenta.

Entretanto, ele lamentou problemas estruturais do município, como a conexão entre a base industrial e BR-101. O pré-candidato apresentou proposta sobre o tema. “Defendo que se tire 10% do custo de logística, incremento a rentabilidade e investimento. É a base de Estado e empresas que eu defendo”, expõe.

Contato com prefeito Adriano Silva

Ciro diz conhecer e acompanhar o trabalho do prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), no qual se referiu como um “grande empresário do setor de laboratório de saúde”.

Mesmo que na cidade, principalmente na figura do vereador Lucas Souza (PDT), o partido seja oposição do Executivo municipal, o pré-candidato a presidência elogiou Adriano. “Ouço coisas boas sobre ele. Nosso papel é fiscalizar e, quando for bom, apoiar projetos do prefeito”, explica.

Apoio da cidade a Bolsonaro

Nas Eleições 2018, Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu 83% dos votos de Joinville na corrida para presidente. Apesar do expressivo apoio, Ciro Gomes discorda da ideia que a cidade é fiel ao atual chefe do Executivo. “Nosso povo nunca foi bolsonarista. A população votou nele em protesto contra o ‘macabro encontro’ entre a corrupção generalizada e uma extensa crise econômica, ambas promovidas pelo Lula e PT”, opina.

Pensando em 2022, o político do PDT fala que o país precisa debater para além de ‘Chico e Manuel’, se referindo a Lula e Bolsonaro. “Precisamos passar da ideia de voto negativo para um voto esperançoso. As eleições não podem ter uma discussão rasa, motivada por ódio e paixões”, ressalta.

Fome 

Com mais de 22 mil moradores de Joinville vivendo em extrema pobreza, Ciro Gomes condenou o aumento da fome na cidade e no país. “Não podemos mais tolerar”, exclama.

Como solução, ele defende que o Brasil execute um programa de renda básica, citando o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), principal defensor da ideia. “Já passou da hora”, diz.

Como forma de colocar o projeto em prática, o político do PDT defende a prática do imposto progressivo e seletividade correta das despesas públicas. “No Brasil, só cobramos impostos de pobres e classe média. Os ricos pagam pouco. O problema é este modelo”, pensa.

Como exemplo, o pré-candidato defende criar tributos de 0,5 a 1,5% sobre grandes patrimônios, avaliados acima de R$ 20 milhões. “Com isso, se arrecada o suficiente para pagar o programa inteiro”, garante.

Mão-de-obra qualificada

Uma das principais queixas do presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), Marco Antonio Corsini, Ciro expôs ideias para promover a capacitação de trabalhadores e, assim, preencher vagas com exigências profissionais maiores.

Como foco principal, ele defende um ensino integral profissionalizante, para que jovens se formem no ensino médio com possibilidades de ingressar no mercado de trabalho. “Um estágio remunerado nas empresas, pago pelo governo. Vamos universalizar essa ideia”, se referindo a iniciativa já realizada no Ceará, onde foi governador entre 1991 e 1994.

Além disso, tem como proposta fazer um cadastro de demandas e vagas para repatriar profissionais qualificados que foram morar em outros países. “No projeto nacional de desenvolvimento que defendo, vamos fazer um mapa de necessidades não atendidas. O país vai produzir, por políticas públicas, um atalho para qualificar o emprego”, argumenta.

Setor industrial e críticas contra parte da elite brasileira

Ciro Gomes elogiou o setor industrial de Joinville, na qual classificou como uma “tradição produtiva muito grande”. Ele, porém, justificou que antigos governos de esquerda, se referindo ao Partido dos Trabalhadores, geraram “traumas” no setor empresarial do país. “A economia foi manipulada para fins eleitoreiros, além da corrupção generalizada. Os empresários da indústria sofreram com isso”, opina.

Taller Comunicação/Divulgação

O político do PDT ainda criticou uma parte da elite econômica brasileira, na qual afirma ter “trocado o coração por uma pedra”. E culpou Bolsonaro pelo “egoísmo” deste grupo. “Permitiu que esse esgoto humano pudesse se exibir com orgulho”, crava.

Ele, porém, diz que sente pouca exaltação para o atual presidente do país. “Quando estava nos aeroportos, alguém me provocava apoiando o Bolsonaro. Agora, nunca mais. Os ratos estão voltando para o esgoto”, finaliza.


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