“Preciso madrugar”: população relata dificuldades em audiência pública sobre saúde de Joinville
Audiência pública da comissão especial de saúde da Câmara de Vereadores foi realizada nesta segunda-feira
Audiência pública da comissão especial de saúde da Câmara de Vereadores foi realizada nesta segunda-feira
Nesta segunda-feira, 19, foi realizada na Câmara de Vereadores de Joinville uma audiência pública da comissão especial de saúde. A audiência, presidida pelo vereador Claudio Aragão (MDB), teve a participação da população joinvilense, que relatou dificuldades na saúde pública da cidade.
A comissão — criada em abril, com duração de 60 dias úteis — vai produzir um relatório final com as demandas da saúde joinvilense e enviar aos órgãos competentes, como Ministério Público e os governos estadual e municipal. Também compõem a comissão especial os vereadores Brandel Júnior (Podemos), Lucas Souza (PDT) e Neto Petters (Novo).
“Nós temos hoje uma emergência na nossa questão de saúde, emergência que só não é pior porque nós temos uma equipe extremamente dedicada”, disse o relator Cassiano Ucker (União Brasil), que é médico na rede pública.
Ele resumiu as falas dos participantes ao dizer que há dificuldades em consultas com especialistas, na aquisição de medicamentos e em procedimentos.
Para Ucker, as dificuldades, que aumentaram depois da pandemia, também são reflexo do processo migratório para o município e da dificuldade das equipes de fazer a prevenção. “A população está sofrendo e tem pressa”, cobrou.
Presidente do Conselho de Saúde do Ulysses Guimarães, Miguel de Oliveira disse que a UBS do bairro é “vulnerável” e que os dois profissionais afastados ainda não foram substituídos.
Já Alcione Márcio Briezinski, moradora do bairro Paranaguamirim, afirmou que precisa madrugar na UBS do Estevão de Matos e que está esperando consulta médica desde o início deste ano.
O morador Ramon Guimarães relatou, além da falta de medicamentos, a ausência de materiais, e cobrou alternativas aos processos de compra que dão errado. “Coisas básicas não podem faltar”, alertou.
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville e Região (Sinsej), Jane Becker, voltou a cobrar concurso público para a saúde e criticou a contratação de terceirizados e a intenção da Prefeitura de transferir unidades de saúde a organizações sociais. Para ela, os servidores da área estão fazendo “milagre” diante dos problemas enfrentados no município.
Em relação à contratação de profissionais da saúde, segundo a secretária de Saúde, Tânia Eberhardt, informou que 60 dos 127 profissionais solicitados foram chamados.
“Eu sou a favor do concurso público, mas não adianta ter concurso se nós não resolvermos uma situação que está na nossa mesa, que é o que nós vamos fazer com o limite prudencial”, afirmou a secretária.
A secretária se referiu ao fato de o município ter alcançado 51,56% da receita corrente líquida com folha de pagamento. O valor ultrapassa o chamado limite prudencial, de 51,30%, definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar Federal 101/2000).
A Prefeitura chegou a pedir a suspensão de projetos de lei que aumentariam a despesa com pessoal, na semana passada.
Sobre as reclamações na audiência pública, a secretária disse ainda que “nós temos muitas pessoas insatisfeitas, em com razão, mas temos muitas pessoas que saem satisfeitas dos postos”, e que o controle social deve ser feito, como por meio dos conselhos de saúde.
Tânia também informou que 60 dos 127 profissionais solicitados foram chamados e que um posto de saúde (UBSF Leonardo Schilickmann, no Iririú) passou a abrir até às 19h, e que outros dois postos também terão o horário estendido.
*Com informações da Câmara de Vereadores de Joinville.
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