“Quase custou minha vida”: três meses depois, jovem ferida fala sobre explosão de mini lareira em Joinville

Emili Almeida Lele, de 17 anos, tenta voltar à rotina

“Quase custou minha vida”: três meses depois, jovem ferida fala sobre explosão de mini lareira em Joinville

Emili Almeida Lele, de 17 anos, tenta voltar à rotina

Redação O Município Joinville

Após quase três meses do acidente com uma mini lareira no Unalome Skate Bar, em Joinville, a adolescente Emili Almeida Lele, de 17 anos, tenta voltar à rotina normal e superar as marcas deixadas pela explosão. O acidente aconteceu no dia 29 maio deste ano.

Para a equipe de reportagem do jornal O Município Joinville, Emili contou a perspectiva dela do acidente. “Eu e duas amigas resolvemos ir no Unalome, pagamos R$ 10 para entrar. Estava chovendo e eles amontoaram as mesas embaixo do toldo”, relata.

Para Emili, o acidente tem dois motivos: a falta de preparo dos trabalhadores do local para manusear produto inflamável e a falta de extintores no estabelecimento. Esses dois pontos também já foram mencionados pelo pai da jovem em entrevistas após o ocorrido e rebatidos pelo bar, que afirma que os profissionais são treinados e que o local dispõe de extintores.

“Estava frio, o garçom veio reacender a lareira com um galão de cinco litros cheio de álcool, sem nem comunicar nós da mesa ou pedir licença para a gente se atentar ao que ia ser feito”, relembra. O garçom teria jogado o álcool para reacender o fogo, que subiu e atingiu Emili.

A adolescente levantou às pressas e o garçom, que segundo ela estava desesperado, tentou apagar o fogo com as mãos. Após isso, ele tirou o casaco e derrubou Emili no chão. “Nessa hora, ao tirar o casaco, foi o que ocasionou a queimadura de terceiro grau no meu queixo”, afirma.

Pessoas que estavam em volta cogitaram jogar água em Emili, mas decidiram não fazer isso, pois poderia piorar a situação das chamas. A jovem ficou por um tempo no chão embaixo de chuva. “A primeira coisa que eu perguntei foi do meu cabelo”, relata. “Minutos se passaram e a ambulância chegou, após isso eu fui desentubada 15 dias depois”, conta a jovem.

Consequências do acidente

Por conta das queimaduras que sofreu, Emili não pode ficar exposta ao sol por um longo tempo. “Está bem difícil para eu tentar pensar que minha rotina está como antes, porque não está”, comenta.

A jovem ainda relata a dificuldade que é sair “tampada, se escondendo”, e acredita que esta situação será ainda pior durante o verão.

Tratamento

Emili trata as marcas e cicatriz com cremes, remédios e fitas de silicone que ajudam na dor. Porém, este tratamento tem um custo alto. “Custos muito altos que estamos tendo que fazer, mas com a ajuda da vaquinha estamos conseguindo por enquanto”, diz.

A vaquinha foi criada pela mãe de Emili, Claudia Regina, ainda no mês de maio. A campanha de arrecadação das doações é feita pelo site Vakinha. Até o dia 17 de agosto, a família já havia arrecadado R$ 27 mil, com apoio de 621 pessoas.

Acesse a Vakinha clicando aqui.

 “Era para ser algo divertido, mas quase custou minha vida”

A jovem afirma que não pretende mais voltar ao local. “Era para ser algo divertido, mas quase custou minha vida”, comenta.

No dia, 31 de maio, o Unalome Skate Bar publicou um vídeo, em que um dos sócios, Paolo Farris, se pronunciou sobre o acidente. No vídeo, ele afirmou que estava dando suporte para a família de Emili e admitiu o erro. Porém, a adolescente afirma que não está recebendo apoio, nem sequer por mensagens.

“Um acidente que destruiu minha autoestima e me privou de sair de dia para me divertir”, comenta. Emili teve que mudar os planos para a formatura e viagens no verão.

Apoio dos amigos

Os amigos de Emili têm a apoiado desde o acidente. No começo, eles perguntavam com frequência sobre como tudo aconteceu, mas atualmente, eles demonstram preocupação com a jovem. “Andam comigo na sombra mesmo estando frio”, comenta.

A adolescente conta que já trabalhava antes, mas que voltou ao trabalho após cumprir os dias do atestado médico que recebeu após a alta hospitalar. Emili recebeu alta no dia 21 de junho, ou seja, ficou 23 dias internada.

Para ela, os primeiros dias foram de muita angústia, já que não conseguia andar, se equilibrar ou tomar banho sozinha. “Fiquei dias tremendo e estou com falhas no cabelo. Mas voltei ao trabalho e agora está quase tudo bem”, finaliza.

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