No momento em que vivemos socialmente, é sabido que somos bombardeados a todo momentos de fatores estressores. Em geral, o estresse pode ser um fator desencadeante para vários transtornos e situações como crises de ansiedade ou crises de pânico.

Palpitações, suor, sensação de que o coração vai sair pela boca, pressão no peito, formigamentos, tremores intensos nos membros, são algumas das sensações que podem aparecer numa crise de ansiedade, acompanhado de muito medo, afinal tudo isso remete muito a um AVC.

Devido a essas reações aparentemente sem motivo que chamamos de crise de ansiedade, muitos pacientes acabam buscando pronto socorro, crentes de que estão morrendo. Qual não é a surpresa quando são atendidos e se deparam com o parecer médico: não é nada fisiológico.

Não é incomum que esses pacientes apareçam várias vezes nos hospitais para garantir que dessa ou daquela vez também não seja nenhum problema cardíaco.

A questão é que uma crise de ansiedade age intensamente no nosso corpo e nos dá a sensação de perda de controle, de falta de ar, de sentir que está morrendo, e tudo isso, certamente, gera mais medo. Uma bola de neve.

O primeiro ponto, muito importante, é que essa busca de comprovação médica de ausência de algum problema cardíaco ou respiratório na verdade é fundamental. Não podemos dizer simplesmente que é uma crise de ansiedade sem ter certeza de que você não tem nenhum problema fisiológico que pode ser, de fato, mais grave para sua integridade física.

Após essa confirmação podemos olhar mais para a crise de ansiedade em si. Ainda existe um pouco de confusão no que é uma crise de ansiedade e o que é uma crise de pânico, por exemplo. Esses dois estão englobados nos transtornos de ansiedade, mas cada qual tem sua especificidade.

Crise de ansiedade

A crise de ansiedade, em contraponto à crise ou ataque de pânico, tem um motivador, seja uma situação em específico ou seja um acúmulo de situações que acontecem no nosso dia a dia que em certo momento transbordam.

Crise de pânico

Já a crise de pânico tem como principal característica o fato de ser repentina e sem, de fato, nenhum motivador: você pode estar tranquilamente descansando e ter um ataque de pânico.

É sempre importante que se faça uma avaliação e, se possível, um acompanhamento psicológico para entender e poder lidar melhor com estas crises. É importante também saber e sempre lembrar que estas crises são passageiras, por mais angustiantes que sejam, se não houver um fator biológico como algum problema cardíaco, dificilmente você pode morrer devido a uma crise de ansiedade. Mas, de fato, essas duas formas de crise são muito ruins de serem vivenciadas e ter algumas estratégias podem ser muito importantes.

Confira três estratégias para momentos de crise:

1. Respirar, respirar e respirar

Uma estratégia fundamental é focar na sua respiração. O simples fato de notar e, até mesmo de contar sua respiração, podem ser apoios para amenizar a angústia que acompanha as crises.

Você também pode recorrer a algumas técnicas como a respiração quadrada: inspirar contando até quatro, segurar o ar contando até quatro e expirar devagar contando até quatro. Também é possível contar com alguns suportes externos para te ajudar a respirar mais profundamente. Confira um vídeo que pode te ajudar:

2. Volte para o momento presente

Um segundo aspecto muito importante é retomar o contato com o momento e com o mundo: observar as coisas ao seu redor, tentar identificar e nomeá-las. Voltar o seu contato com a realidade. Uma técnica para fazer este movimento é 54321, em que você irá pensar e, se quiser, falar cinco coisas que você pode ver, quatro coisas que você pode ouvir, três coisas que você pode tocar, duas coisas que você consegue sentir o cheiro e uma coisa que você pode provar o sabor. Isso auxilia a voltar para esse momento presente, afinal, ansiedade é estar lá e não no aqui e agora.

3. Tranquilize seus pensamentos

A terceira questão que faz toda diferença numa crise de ansiedade é não deixar seus pensamentos te dominarem. Algumas frases de efeito, ou mantras, como quiser chamar, parecem simples mas fazem diferença. Você pode repetir para si mesmo até que consiga acreditar de fato nisso: “essa crise não tem como me ferir, ela sempre passa sozinha, eu estou em segurança”.

Essas são algumas possibilidades para os momentos de crise, mas se você percebe que está tendo crises é muito importante que busque um profissional para fazer um tratamento adequado, seja com psicólogo ou psiquiatra.

Se puder, faça terapia!
Psicóloga Ana Carolina Schmidt