Nos tempos atuais tem se falado cada vez mais da importância das emoções, dos sentimentos, da inteligência emocional, e de tudo que envolve nosso ser em sua completude, nossos momentos bons e ruins.

No entanto, ainda há uma dificuldade em aceitarmos nossos erros, em nos permitirmos sofrer, em ser capaz de falar abertamente sobre não estar tudo bem conosco.

Acontece que cada erro, cada lágrima, cada sofrimento e angústia, nos faz ser quem somos. Te faz ser quem você é. Claro que os momentos bons também ajudam nessa construção, mas temos mais facilidade de entender e aceitar esses em detrimento dos momentos e situações difíceis que vivemos.

Se você parar um momento e olhar para sua história vai perceber que houve muitas situações difíceis e marcantes, algumas inclusive que te marcaram fisicamente: uma ferida, uma cicatriz. E com certeza diversas situações te marcaram emocionalmente: brigas, castigos, rompimentos, perdas. Todas essas situações te fazem ser quem você é hoje, com os medos que tem, com a coragem que tem, com a força e com o jeito que tem.

Diversas vezes queremos que as coisas tivessem sido de outras formas, mas qualquer situação que tivesse sido diferente na sua vida já não te tornaria quem você é agora. Se seus pais não tivessem sido exatamente do jeito que eles foram na sua infância, considere você o jeito deles bom ou ruim, se não tivesse frequentado exatamente as escolas que frequentou, conhecido as pessoas que conheceu durante a vida e naqueles momentos específicos da sua vida, por menor que fosse a mudança, faria uma grande diferença.

Efeito Borboleta

Aproveite o fim de semana e assista o filme Efeito Borboleta. Esse filme traz essa perspectiva: ao mudar qualquer coisa do passado, o presente não se torna mais o mesmo.
O que quero dizer é que os momentos difíceis sempre são uma possibilidade de crescimento, permitem ou até mesmo te impulsionam para que você encontre uma nova forma de ser ou de agir.

Existe uma técnica japonesa que consiste em consertar objetos de cerâmica quebrados utilizando ouro, que se chama Kintsugi. Essa técnica transforma algo a princípio ruim, quebrado, considerado por muitos como lixo, em algo lindo e precioso, uma peça absolutamente única e incomparável que acaba tendo mais valor do que antes de se quebrar.

Não estamos aqui para falar de técnicas artesanais, mas acredito que podemos aprender muito com essa se fizermos uma analogia com nossa vida. Afinal, por vezes somos quebrados metaforicamente e às vezes até nos sentimos sem valor por conta disso. No entanto, sempre é possível se reerguer diante de uma dificuldade, por mais difícil que seja.

E com um pouco de fé no seu potencial, é possível transformar esses pedaços quebrados em um novo você, mais forte e absolutamente único. Esse processo não é fácil e nem sempre é possível ser feito sozinho, afinal um vaso não se conserta por conta própria, precisa de um artesão.

Se puder, faça terapia!