O que é TOD infantil? É muito comum no desenvolvimento infantil surgirem comportamentos de oposição, irritabilidade, raiva e agressividade, geralmente isso representa o processo de individualização da criança, em que ela vai começando a se expressar e se colocar no mundo como uma pessoa diferente dos pais, dos amiguinhos e dos outros que ela conhece.

No entanto, existe um transtorno que faz com que esses comportamentos estejam de forma muito constante e intensa na vida da criança: é o TOD. O nome lembra uma bebida doce, mas não é. O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é classificado como um transtorno de comportamento disruptivo. Trata-se de um transtorno que surge na infância e é caracterizado por comportamentos de birra, oposição às autoridades e irritabilidade.

A criança com TOD tem alguns sintomas característicos, que caracterizam mais do que uma simples birra.

Confira sintomas

– discute com adultos ou figuras de autoridade;
– negar-se a obedecer aos pedidos ou regras dos adultos;
– faz coisas para aborrecer os outros;
– perde a calma com frequência;
– se sente ofendido com facilidade;
– tem respostas de raiva quando contrariado;
– é rancoroso, cruel e vingativo quando desafiado ou contrariado;
– é facilmente irritável;
– culpa os outros pelos seus próprios erros;
– fica ressentido e com raiva facilmente.

Alguns desses comportamentos fazem parte do processo de desenvolvimento, mas o TOD apresenta esses sintomas de forma persistente e também perduram ao longo do tempo. Constantemente dificultam a vida da criança pois ela tem dificuldades em fazer e manter amizades, muitas vezes é motivo de chacota entre os pares, o desempenho escolar acaba sendo muito afetado e frequentemente a família deixa de fazer coisas em decorrência do comportamento da criança.

Ainda assim, no TOD a criança sente-se culpada pelos seus comportamentos mas não consegue controlá-los ou modulá-los de uma forma mais adequada às situações que lhe desagradam. Por isso é importante que haja uma avaliação profissional para que possa ser identificado e tratado e que o profissional possa auxiliar a criança a encontrar formas mais saudáveis de se expressar.

Em muitas situações é necessário acompanhamento psiquiátrico e medicamentoso, principalmente pois o TOD costuma ter comorbidades, ou seja, outras doenças associadas, principalmente o TDAH.

O tratamento do TOD, além da medicação e da psicoterapia também requer uma disponibilidade da família em fazer mudanças comportamentais e de rotina. É importante que a criança possa sentir-se acolhida na família, mas também há necessidade de um pulso firme, regras e limites bem estabelecidos. Quando a criança faz parte dessa construção, fica um pouco mais fácil. Muitas vezes a família fica exausta e, por vezes, precisa de um apoio profissional para ter orientações de como agir diante das demandas da criança.

A escola também é impactada e muitas vezes a criança fica com a carga de “garoto problema”, o que agrava ainda mais seu comportamento naquele ambiente. É importante que a escola entenda e possa também evitar discriminar essa criança devido à seus comportamentos precedentes, por exemplo.

O trabalho com a criança com TOD é bastante complexo e precisa atingir todas essas facetas da vida da criança. Nem sempre a criança mostra esses comportamentos em todos os âmbitos, mas é bastante comum que isso seja generalizado.

Nem escola, nem família conseguem fazer esse trabalho todo sozinhas, é muito importante que seja um processo em conjunto com profissionais da saúde mental, psicólogos e psiquiatras. Esse acompanhamento é extremamente importante para que essa criança não desenvolva estados mais graves na vida adulta.

Se puder, faça e indique terapia!