Joinville e Brusque fizeram um jogo muito equilibrado na Arena. Embora o time visitante tenha sido melhor nos 90 minutos, o Tricolor teve bons momentos e demonstrou evolução em alguns setores. Porém, velhos problemas impediram que o JEC saísse da primeira partida das quartas de final com um resultado melhor.

Se o setor defensivo foi um pesadelo para o Tricolor na primeira fase da competição, o jogo desta quinta-feira deu um pouco de esperança ao torcedor joinvilense. O time se portou bem melhor defensivamente e, embora tenha cometido uma falha grave no gol do Brusque, deu sinais de que pode evoluir bastante.

Edson Borges e Mayk estrearam muito bem. O zagueiro deu conta do recado e se mostrou bastante seguro, enquanto o lateral-esquerdo manteve uma regularidade na defesa e apareceu muito bem no ataque, algo que seu antecessor Gustavo tinha dificuldade. No gol, Dalberson teve uma boa atuação, em um nível que Ivan não havia conseguido atingir nesta temporada.

Charles também foi bem nos 30 minutos que atuou. Quando saiu lesionado, Edu Melo entrou e manteve nível parecido. Na lateral-direita, Renan Guedes apareceu bem para evitar algumas finalizações do ataque do Brusque. Com entrosamento de jogo e tempo para trabalhar, a tendência é que o time se sinta mais seguro defensivamente.

Do meio para frente

Mas daí pra frente começam os problemas. Diante de um Brusque bem postado e muito organizado, o Joinville teve dificuldades para criar jogadas. O time se mostrou lento na transição para o ataque e pouco se movimentou na primeira etapa. Em diversos momentos, apenas um atleta se movimentava para dar opção de passe ao companheiro que estava com a bola e as jogadas acabavam ficando previsíveis.

Yan Pedro/JEC

No ataque, Adriano estava muito isolado e não conseguia participar do jogo. Em determinado lance da partida, recebeu um bom lançamento e ficou muito tempo segurando a bola, até que os companheiros conseguissem se aproximar para tentar uma tabela.

As principais jogadas do Joinville no primeiro tempo saíram dos pés de Lucas de Sá. Inteligente, o camisa 10 conseguia encontrar os companheiros nas costas da defesa adversária e em duas dessas ocasiões o JEC criou suas melhores chances. Primeiro com Mayk, em jogada que o zagueiro salvou cortou já perto da linha do gol, e depois com Luquinhas, que finalizou para fora. Já o Brusque, só não abriu o placar porque Dalberson fez boas defesas.

No segundo tempo o JEC melhorou um pouco. Buscando mais o ataque, o time quase marcou com Mayk, logo no reinício de jogo. Porém, de novo, lances em que jogadores do Tricolor tiveram que segurar a bola sem que companheiros se aproximassem, se repetiram. Sabendo o que precisava fazer, o Brusque não atacou tanto, mas sempre que o fazia levava perigo. O JEC escapou de tomar o gol duas vezes, quando Dalberson fez outra boa defesa e depois com Edu Melo cortando uma bola que já havia passado pelo goleiro. Mas aos 21 minutos, não teve jeito. Marco Antonio cruzou e Edu cabeceou para o gol. Dalberson de novo salvou o Coelho, mas Thiago Alagoano aproveitou o rebote e marcou.

Mudanças

Atrás no placar, Fabinho Santos tentou deixar o time mais ofensivo, mas esbarrou nos problemas de movimentação de novo. Não é que o time estivesse estático como no primeiro tempo, mas se movimentava mal. Um exemplo foi um lance em que Renan Guedes recebeu na linha de fundo. Romarinho e Ratinho correram para a área, juntando-se a Robert Fischer e deixando Guedes sem opção de passe. Marcado, o lateral tentou o drible e acabou perdendo a bola para o adversário que estava na cobertura.

Yan Pedro/JEC

Os problemas de movimentação ofensiva não são novidades no Joinville. O time apresentou o mesmo defeito nos últimos jogos da primeira fase, quando a velocidade de Fernandinho se tornou a arma quase solitária do Tricolor para atacar. Sem seu camisa 11, é necessário que Fabinho Santos descubra alternativas.

Quem acompanha os treinos sabe que o treinador trabalha o jogo apoiado e a movimentação intensa entre os jogadores. O Joinville chegou a apresentar um futebol assim no início da competição. O x da questão é descobrir porque a ideia dos treinos não está sendo executada nos jogos.

Já favorito antes do primeiro jogo, o Brusque agora tem a faca e o queijo na mão para eliminar o Tricolor e avanças às semifinais. Não me parece que o Joinville vá conseguir solucionar todas as questões que afetam seu setor ofensivo até domingo. Então, a chance talvez seja surpreender o adversário.

Fabinho tem boas alternativas no elenco e pode correr o risco de lançar jogadores mais intensos e velozes, mesmo que mais afobados e mais jovens. A meta do JEC no ano é o acesso na Série D, todos sabem. Um tudo ou nada no estadual, que o time não tem mais nada a perder, pode vir bem a calhar. Se for para cair, o Tricolor tem que cair atirando.


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