Depois de quase quatro meses, JEC e Brusque voltam a campo nesta quinta-feira, 9. E há uma grande chance desse duelo ser o melhor jogo da rodada de retorno do estadual. Isso porque tanto Brusque quanto Joinville adotam um estilo de jogo que busca o ataque e, consequentemente, dá espaço ao adversário. Não à toa os times têm os dois melhores ataques do campeonato e o jogo entre eles na primeira fase teve nove gols.

Enquanto o Brusque vive o ápice de sua história, empolgando seu torcedor e sonhando com voos maiores, o JEC passa por momentos terríveis. Afundado na Série D, com dívidas e lutando para formar um time competitivo, o Tricolor já teve dias muito melhores. Por isso, há quem aponte o Brusque como quarta ou quinta força do estado e o confronto desta quinta-feira coloca a tradição frente a frente com novos tempos.

Ao JEC cabe mostrar que a força da camisa pode lhe ajudar a seguir no campeonato, enquanto o Brusque busca mostrar poder contra um dos grandes do estado, ratificando a boa fase que vive.

O Joinville mudou bastante sua defesa desde que a pandemia paralisou o campeonato. Saíram o goleiro Ivan, o lateral-esquerdo Gustavo e o zagueiros Campestrini e Ramirez. Para o gol chegou Fabian Volpi, para a zaga veio Edson Borges e para o lado esquerdo, Maik. Os dois últimos devem estrear como titulares.

Se o ataque ia bem, marcando 13 gols em nove partidas, a defesa era o ponto fraco. O Tricolor tomou 17 gols na primeira fase e foi o mais vazado da competição. Por isso, o setor defensivo foi prioridade quando o JEC foi ao mercado. Lá na frente a grande ausência será Fernandinho, negociado com a Chape. Sem ele, o técnico Fabinho Santos perde sua principal arma ofensiva. Porém, vendo pelo lado positivo, o time deve ficar mais equilibrado, já que as jogadas de ataque ficavam muito concentradas no lado esquerdo. Agora, a expectativa é que a equipe consiga ter mais alternância entre os setores.

Já o Brusque não perdeu jogadores durante a parada do Catarinense. Desde que foi campeão em 1992, o time nunca viveu uma expectativa tão grande de retomar o caneco. Apesar de mais equilibrado do que seu adversário nestas quartas de final, a equipe do Brusque também tomou muitos gols na primeira fase. Foram nove, média de um por jogo. O ataque, comandado por Edu, marcou 13 vezes.

A partida entre as duas equipes na primeira fase pode ser um indício do que o torcedor vai ver no mata-mata. O Brusque venceu por 5 a 4 em um jogo cheio de viradas e reviravoltas, decidido apenas nos instantes finais. E ainda há a briga pela artilharia da competição. Edu está na frente com seis gols, mas Luquinhas, do JEC, vem logo atrás com quatro. Mais um ingrediente que apimenta o confronto entre o Quadricolor e o Coelho.

A se lamentar apenas a falta de torcida nos dois jogos. Medida necessária, é claro, mas que infelizmente priva o futebol de Santa Catarina de ver belos duelos entre torcidas. Certamente teríamos Arena e Augusto Bauer cheios. Porém, mesmo sem poder ir ao estádio, o torcedor pode esperar dois grandes jogos, onde quem passar, sai fortalecido e candidato ao título catarinense.