Confira tudo que sabemos sobre o acidente que derrubou ácido na Serra Dona Francisca
Como foi o acidente?
Conforme as imagens registradas por um motorista, próximo à “curva da morte”, o caminhão ultrapassa uma fila de veículos, segue reto na curva e bate contra um barranco. Por pouco, outro caminhão e um carro que passavam pelo local não foram atingidos pelo veículo.
Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o acidente ocorreu no quilômetro 16 da rodovia, também popularmente conhecido como “curva da morte”.
Após o tombamento, um incêndio também foi registrado, além do vazamento do ácido sulfônico.
Como está o trânsito na Serra Dona Francisca?
O trânsito na Serra Dona Francisca (SC-418) foi liberado após interdição devido a um acidente com caminhão. A liberação ocorreu no sistema “siga e pare” no quilômetro 15,850, com a presença da Ambipar Response removendo tambores do produto derramado. Motoristas devem ter atenção no trecho, com fiscalização da PMRv no local.
Qual é o estado de saúde do motorista?
O motorista do caminhão acidentado na Serra Dona Francisca recebeu alta médica na manhã desta terça-feira, 30. O homem, de 59 anos, estava internado no Hospital São José desde o acidente, apresentando ferimentos no corpo. Seu estado de saúde, considerado estável, foi confirmado pela Prefeitura de Joinville, encerrando a observação iniciada na noite anterior.
Qual foi o produto químico?
Segundo a Prefeitura de Joinville, a substância que estava sendo transportada é Ácido Lineal Alquilbenceno Sulfônico (LAS), em concentração de 90%.
“Ele é um tensoativo, usado na fabricação de detergentes, líquidos, pós e pastosos. Ele também é um agente emulsionantes na produção de agrotóxicos. Ele também é utilizado como auxiliar em processos têxteis”, explica a especialista, doutora em química e professora da Unisociesc, Lucile Peruzzo.
A composição dele é um conjunto de ácidos orgânicos. “A composição química dele é ácido alquilbenzeno sulfônico”, conta ela.
O ácido sulfônico tem um aspecto viscoso, castanho escuro e odor de enxofre. “Ele é altamente solúvel em água e forma aquelas espumas que podem comprometer toda a vida aquática”, conta a professora.
Para onde o caminhão estava indo?
O caminhão estava no momento do acidente a caminho da unidade de distribuição da empresa Buschle & Lepper, em Joinville.
A empresa informou que o insumo, utilizado para a produção de detergentes e similares, era transportado pela empresa terceirizada Transpare Transportes (Inlog) e que a transportadora é homologada para esta atividade pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de possuir as certificações necessárias para o transporte de produtos químicos.
Qual é o rio atingido?
Inicialmente o ácido escorreu pelo Rio Seco e acabou atingindo o Rio Cubatão também.
Por que a captação da ETA Cubatão foi interrompida?
A Prefeitura de Joinville e a Companhia Águas de Joinville instalaram um Gabinete de Crise para acompanhar a situação envolvendo o vazamento de produto químico na Área de Proteção Ambiental (APA) Serra Dona Francisca. Como primeira medida, a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cubatão fechou preventivamente a captação.
Desta forma, o ácido não chegou na reserva da ETA e evitou comprometer a água limpa do local. A medida pretende garantir a segurança dos consumidores e pode ocasionar interrupção no abastecimento de água em 34 bairros.
Quando o serviço deve normalizar?
O abastecimento de água em Joinville começou a ser restabelecido, com análise indicando potabilidade. Locais próximos aos reservatórios terão serviço restabelecido nesta terça-feira, 30, enquanto áreas mais distantes normalizarão até quarta-feira, 31. A prefeitura destaca a necessidade de consumo consciente, evitando usos desnecessários. Água inicialmente pode apresentar alterações, mas é segura para consumo, sem relação com o produto derramado no Rio Cubatão.
Por que a polícia vai investigar?
Segundo o delegado regional de Joinville, Rafaello Ross, as circunstâncias do acidente serão investigadas. “Já foram solicitadas as perícias no local do acidente, pericia no caminhão e perícia ambiental”, explica Ross.
“Serão verificadas se toda a documentação necessária para o transporte de produtos perigosos estava regular”, conta o delegado Ross.
“Como se trata de crime ambiental, há a possibilidade de implicação criminosa a empresas envolvidas, já que em casos de crimes ambientais cabe a responsabilização de pessoas jurídicas”, explica a delegada Tânia Harada, coordenadora da Divisão de Investigação Criminal.
Ainda nesta manhã, o ácido havia chegado no Rio Cubatão, que abastece a Estação de Tratamento de Água do Cubatão. Em medida emergencial, a Águas de Joinville interrompeu a captação de água do local.
Onde foram encontrados os peixes mortos?
A Polícia Militar Ambiental encontrou peixes mortos no Rio Seco.
A Polícia Militar Ambiental realizou vistoria na Baía da Babitonga após acidente com produto químico na Serra Dona Francisca. Até as 11h, não foram encontrados indícios de danos, como espuma ou animais mortos.
*Matéria atualizada às 12h30 de 30/01 com informações divulgadas nesta terça-feira.
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