O número de infectados pelo Coronavírus nem chegou ao seu pico em Santa Catarina, mas a Federação Catarinense e os clubes já começam a discutir a volta do campeonato estadual. A FCF iniciou conversas com o governador Carlos Moisés, a fim de retomar a competição no dia 9 de maio, sem público. Moisés prometeu avaliar a questão, desde que sejam respeitadas as recomendações da Secretaria de Saúde. Os clubes acompanham de perto a questão.

O regulamento do Estadual prevê que ainda sejam realizados 14 jogos. Dois do playoff de rebaixamento, entre Concórdia e Tubarão, e 12 da fase eliminatória do campeonato, envolvendo oito equipes. No mínimo seis datas seriam necessárias para concluir o torneio. Alternativas são discutidas, como fazer o mata-mata em jogo único, diminuindo o número de jogos pela metade.

O Joinville observa a movimentação da federação com cautela. Embora o clube sinta dificuldades sem a renda dos jogos e o possível não pagamento da última parte da cota de TV caso os jogos não aconteçam, o Tricolor vai aguardar a determinação do governo do estado. Sete atletas terão seus contratos encerrados durante a pandemia e a renovação não deve ser feita até que se tenha uma definição de quando e como a temporada vai retornar. Enquanto isso, os jogadores estão de férias, mas em contato com a comissão técnica, que passou atividades especiais para que eles mantenham a forma física.

Na minha opinião ainda é cedo para discutir a volta do futebol. Os casos de Covid-19 ainda estão crescendo no estado e o Brasil ainda não consegue sequer fazer a quantidade de testes necessárias para se ter uma dimensão mais exata da doença. Diante disso, autorizar a volta do Estadual seria uma irresponsabilidade. Por mais que os jogos não tenham presença de público, a quantidade de gente envolvida com a organização de um jogo ainda é grande. Atletas, comissão técnica, seguranças, imprensa, arbitragem, integrantes da federação e funcionários dos clubes. Todos são possíveis receptores e transmissores do vírus e se um deles pegar, a chance de termos vários contagiados dentro dos times é grande.

No momento, os clubes, as federações e a CBF falam em terminar os estaduais, mas é nítido que não haverá condições disso acontecer tão cedo. De modo que precisamos considerar a hipótese de seguir a temporada direto com os campeonatos nacionais. A CBF deveria usar o dinheiro que tem, e tem muito, para auxiliar os clubes que ficarão sem calendário no segundo semestre e o restante toca sua vida com as competições nacionais. Estender o calendário até 2021 por conta de estaduais, não faz sentido. Em uma situação de pandemia, campeonatos sem campeões é o menor dos problemas.

A decisão do governador Carlos Moisés deve sair nesta semana, mas dificilmente os clubes poderão voltar a jogar no começo de maio. Alguns, como a Chapecoense, já estenderam as férias de seus atletas até o dia 30 de abril. Por mais que o futebol faça muito falta, o momento é de calma e responsabilidade, para voltarmos, com segurança, o mais rápido possível.