Neste domingo, 3, a Rede Globo reprisou o Grande Prêmio do Japão de 1988, corrida em que Ayrton Senna conquistou seu primeiro título mundial de Fórmula 1. Além de Senna e Nelson Piquet, outro brasileiro integrava o grid da categoria naquela temporada, o catarinense Maurício Gugelmin. Poucos sabem, mas o piloto nasceu em Joinville, em 1963, e é o único catarinense a chegar na principal categoria do automobilismo mundial.

Apesar de ter vindo ao mundo em Joinville, Gugelmin cresceu e viveu a maior parte da vida em Curitiba e em algumas entrevistas já se disse paranaense de coração. O piloto começou cedo no esporte, aos oito anos já era campeão brasileiro de kart. Em 1980 iniciou sua carreira internacional na Europa, passando pela Fórmula Ford, Fórmula 3 Britânica e Fórmula 3000.

Seu carro no GP da Hungria de 1988. Foto: Divulgação

Em 1988 chegou à Fórmula 1, correndo pela equipe March. Permaneceu na categoria até 1992, pilotando pela Jordan em sua última temporada. Em 1993 se mudou para os Estados Unidos onde passou a competir na Fórmula Indy até 2001. Passou por equipes como Dick Simon, Chip Ganassi e Pac West. Em 1997, conquistou sua única vitória na categoria, no GP de Vancouver.

Na Fórmula 1 teve dois momentos de destaque. O primeiro no GP Brasil de 1989, quando ficou em terceiro lugar, após ser superado pelo francês Alain Prost em uma disputa acirrada pela segunda posição. Foi seu melhor desempenho na carreira.

No mesmo ano sofreu um espetacular acidente no GP da França. O brasileiro acabou se chocando com a Williams de Thierry Boutsen e com a Ferrari de Nigel Mansell, capotando de maneira preocupante. Felizmente, ninguém se feriu no acidente. Gugelmin voltou para a corrida com o carro reserva e ainda fez a volta mais rápida da prova.

Gugelmin e Senna. Foto: Divulgação

Desde as categorias de acesso à Fórmula 1, Gugelmin cultivou uma amizade com Senna. Os dois moraram juntos na Inglaterra entre 1982 e 1984. O tricampeão chegou a indicá-lo para ser seu companheiro de equipe na Lotus, em 1986, mas o patrocinador britânico optou por um conterrâneo para o posto. Há alguns anos, Gugelmin definiu Senna como “um irmão mais velho”.

Encerrou sua carreira após o acidente do italiano Alessandro Zanardi, que teve as duas pernas amputadas após uma batida em “T” em 2001. Gugelmin havia acabado de perder um de seus filhos e decidiu dedicar-se à família. Atualmente vive em Miami e mantém negócios no Brasil.